Tenho sentido uma mudança cada vez mais perceptível nas empresas onde tenho palestrado, principalmente quando são familiares. Algumas palavras têm começado a aparecer com força – ética, coerência e, principalmente, transparência. No começo achei que era mais uma moda, mas com o passar do tempo passei a ver que realmente as coisas estão mudando (pelo menos para alguns).
Por exemplo, é cada vez mais comum questionar reuniões infindáveis e sem sentido. No dia a dia apressado em que vivemos, não dá para desperdiçar tempo discutindo o sexo dos anjos. Por outro lado, a necessidade de comunicação interna é inegável, e muitas vezes só dá para fazer isso através de reuniões, onde as pessoas podem se ver e comunicar diretamente. A solução? Reuniões com temas definidos, hora para começar e acabar, plano de ação e cronograma no final, com responsabilidades claras para cada um (inclusive sobre quem vai fazer o follow-up, ou acompanhamento, para ver se o que foi decidido está realmente sendo feito).
Outra coisa diferente: coerência. Temos cada vez menos gente falando uma coisa e fazendo outra. Já me ocorreu de ter que atrasar minha palestra 45 minutos porque o diretor da empresa estava jantando, deixando os 80 representantes e gerentes esperando por sua alteza. Aí, ao abrir o evento, a primeira coisa que o diretor diz é "Pessoal, é muito importante respeitar os horários, porque senão esta convenção vai virar uma bagunça. Não quero desculpas – quero todo mundo seguindo o horário". Ou seja: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Quem tem esse tipo de comportamento não tem moral depois para cobrar nada – a equipe inteira presta muito mais atenção no que os donos, diretores e gerentes fazem do que nas coisas que dizem.
Felizmente, isso está mudando. Semanas depois, fui na convenção do concorrente: a palestra começava às 8:00 da manhã, eu cheguei às 6:45, e o dono da empresa já estava lá, ajudando a arrumar tudo. Quando pediu respeito ao horário, todo mundo entendeu o recado, e os horários foram respeitados, sem precisar cobrar nem dar bronca. Essa é a atitude correta. Faça o que eu digo e o que eu faço (porque são a mesma coisa).
Mais uma palavra aparecendo: ética. Não só em relação aos clientes, porque essa está todo mundo cansado de saber, mas também em relação aos colegas, à empresa e a si mesmo. Não mentir, não jogar a culpa nos outros, não fazer fofoca, não prometer e depois não cumprir... tudo isso é necessário para manter o bom ambiente numa organização. De nada adianta falar em atender bem o cliente se a empresa é um ninho de cobras, com disputas internas, cinismo e desmotivação generalizada. (Uma vez numa palestra o dono da empresa deu um abacaxi para o pior vendedor, enquanto todo mundo vaiava, e depois fez seu diretor comercial, um senhor de certa idade, humilhar-se na frente de todos, dançando em público a ‘dança da garrafa’. Imagine o clima. Ainda por cima não me pagaram).
Comece arrumando a casa, fazendo com que todos realmente trabalhem em equipe, e depois o resto acaba sendo conseqüência.
Para finalizar, transparência. É cada vez mais raro ter uma cúpula que vive numa torre de cristal, lá em cima na estratosfera, totalmente distanciados da realidade. Os verdadeiros empresários, que continuam a valorizar seu passado empreendedor, participam ativamente de várias atividades na empresa, mas entendem que precisam aprender a delegar. Isso é um exercício difícil para qualquer empreendedor. Afinal, uma das principais características do empreendedor é justamente arregaçar as mangas e fazer.
Entretanto, chega um momento em que é preciso deixar de fazer e começar a desenvolver lideranças internas que façam tão bem quanto ou talvez melhor. Esse é o único caminho do crescimento numa empresa. Isso significa dar liberdade (e permissão) para que essas pessoas arrisquem, ousem, acertem e errem. Significa também que as decisões são discutidas por todos para depois serem implantadas. A época da ditadura e dos déspotas (mesmo que esclarecidos) já passou faz tempo. Se você quer que a equipe realmente vista a camisa, você tem que fazer com que participem das discussões e que possam opinar, sabendo que sua opinião será ouvida e respeitada, mesmo que contrária. Muitas empresas já estão até abrindo os números para as equipes, remunerando por resultados, repartindo lucros, etc. - mas para isso tem que ter transparência.
Veja que anda tudo junto: uma coisa não pode existir sem a outra. Se a sua empresa ainda não trabalha com ética, coerência e transparência, o ambiente interno deve ser péssimo, com alta rotatividade entre a equipe, gente estressada e resultados ciclotímicos (uma hora vai tudo bem, daqui a pouco é um desastre). Ninguém agüenta viver assim muito tempo. Com ética, coerência e transparência, a comunicação na empresa vai certamente melhorar e, junto com ela, o moral da equipe e também seus resultados - não só em vendas mas na empresa como um todo.
Por exemplo, é cada vez mais comum questionar reuniões infindáveis e sem sentido. No dia a dia apressado em que vivemos, não dá para desperdiçar tempo discutindo o sexo dos anjos. Por outro lado, a necessidade de comunicação interna é inegável, e muitas vezes só dá para fazer isso através de reuniões, onde as pessoas podem se ver e comunicar diretamente. A solução? Reuniões com temas definidos, hora para começar e acabar, plano de ação e cronograma no final, com responsabilidades claras para cada um (inclusive sobre quem vai fazer o follow-up, ou acompanhamento, para ver se o que foi decidido está realmente sendo feito).
Outra coisa diferente: coerência. Temos cada vez menos gente falando uma coisa e fazendo outra. Já me ocorreu de ter que atrasar minha palestra 45 minutos porque o diretor da empresa estava jantando, deixando os 80 representantes e gerentes esperando por sua alteza. Aí, ao abrir o evento, a primeira coisa que o diretor diz é "Pessoal, é muito importante respeitar os horários, porque senão esta convenção vai virar uma bagunça. Não quero desculpas – quero todo mundo seguindo o horário". Ou seja: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Quem tem esse tipo de comportamento não tem moral depois para cobrar nada – a equipe inteira presta muito mais atenção no que os donos, diretores e gerentes fazem do que nas coisas que dizem.
Felizmente, isso está mudando. Semanas depois, fui na convenção do concorrente: a palestra começava às 8:00 da manhã, eu cheguei às 6:45, e o dono da empresa já estava lá, ajudando a arrumar tudo. Quando pediu respeito ao horário, todo mundo entendeu o recado, e os horários foram respeitados, sem precisar cobrar nem dar bronca. Essa é a atitude correta. Faça o que eu digo e o que eu faço (porque são a mesma coisa).
Mais uma palavra aparecendo: ética. Não só em relação aos clientes, porque essa está todo mundo cansado de saber, mas também em relação aos colegas, à empresa e a si mesmo. Não mentir, não jogar a culpa nos outros, não fazer fofoca, não prometer e depois não cumprir... tudo isso é necessário para manter o bom ambiente numa organização. De nada adianta falar em atender bem o cliente se a empresa é um ninho de cobras, com disputas internas, cinismo e desmotivação generalizada. (Uma vez numa palestra o dono da empresa deu um abacaxi para o pior vendedor, enquanto todo mundo vaiava, e depois fez seu diretor comercial, um senhor de certa idade, humilhar-se na frente de todos, dançando em público a ‘dança da garrafa’. Imagine o clima. Ainda por cima não me pagaram).
Comece arrumando a casa, fazendo com que todos realmente trabalhem em equipe, e depois o resto acaba sendo conseqüência.
Para finalizar, transparência. É cada vez mais raro ter uma cúpula que vive numa torre de cristal, lá em cima na estratosfera, totalmente distanciados da realidade. Os verdadeiros empresários, que continuam a valorizar seu passado empreendedor, participam ativamente de várias atividades na empresa, mas entendem que precisam aprender a delegar. Isso é um exercício difícil para qualquer empreendedor. Afinal, uma das principais características do empreendedor é justamente arregaçar as mangas e fazer.
Entretanto, chega um momento em que é preciso deixar de fazer e começar a desenvolver lideranças internas que façam tão bem quanto ou talvez melhor. Esse é o único caminho do crescimento numa empresa. Isso significa dar liberdade (e permissão) para que essas pessoas arrisquem, ousem, acertem e errem. Significa também que as decisões são discutidas por todos para depois serem implantadas. A época da ditadura e dos déspotas (mesmo que esclarecidos) já passou faz tempo. Se você quer que a equipe realmente vista a camisa, você tem que fazer com que participem das discussões e que possam opinar, sabendo que sua opinião será ouvida e respeitada, mesmo que contrária. Muitas empresas já estão até abrindo os números para as equipes, remunerando por resultados, repartindo lucros, etc. - mas para isso tem que ter transparência.
Veja que anda tudo junto: uma coisa não pode existir sem a outra. Se a sua empresa ainda não trabalha com ética, coerência e transparência, o ambiente interno deve ser péssimo, com alta rotatividade entre a equipe, gente estressada e resultados ciclotímicos (uma hora vai tudo bem, daqui a pouco é um desastre). Ninguém agüenta viver assim muito tempo. Com ética, coerência e transparência, a comunicação na empresa vai certamente melhorar e, junto com ela, o moral da equipe e também seus resultados - não só em vendas mas na empresa como um todo.
Autor dos livros Venda Mais e Negócio Fechado,
é palestrante e editor da revista Venda Mais e responsável pelo site VendaMais
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