A partir de 1870, a fusão de empresas em conseqüência das crises ou do livre jogo do mercado, no qual as mais fortes e hábeis absorviam as menores, acarretou uma concentração do capital em grau muito mais elevado do que anteriormente, causando importantes modificações no funcionamento do sistema capitalista. Surgiram as grandes corporações industriais e financeiras, denominadas "cartéis", "trustes" e "holdings", que caracterizam o chamado capitalismo "monopolista" substituindo o capitalismo liberal da livre concorrência.
0 cartel é constituído por várias empresas independentes do mesmo ramo que se reúnem a fim de estabelecer acordos sobre preços e produção para cada empresa que, entretanto, mantém sua autonomia. O cartel reparte os mercados de venda, fixa a quantidade de produtos a fabricar, determina os preços e distribui os lucros entre as diferentes empresas. A concorrência transforma-se em monopólio do grupo.
Esse tipo de associação foi muito usado na Alemanha e no Japão, incentivado pelos respectivos governos, os grandes impulsionado rés da industrialização nesses países. A cartelização foi considerada essencial para o desenvolvimento econômico e uma proteção à concorrência da indústria estrangeira. Na Inglaterra e na França, havia leis que protegiam o consumidor da ganância dos produtores, ficando os cartéis mais ou menos margem da lei, ora tolerados pelo Estado, ora per turbados por ele.
Nos Estados Unidos, a legislação em vigor proibia a eliminação da chamada competição "justa" e igual entre as empresas, impedindo acordos de preços e de mercados. Por essa razão, a organização de cartéis não era permitida, favorecendo a formação do truste, associação que resulta da fusão de várias firmas que representam fases sucessivas da elaboração de uma matéria prima numa única empresa. (Por exemplo, a fundição do minério de ferro, a transformação do ferro fundido em aço e a produção de determinados artigos de aço).
0 truste procura obter o controle total da produção, desde as fontes de matérias primas até a distribuição da mercadoria, dispondo assim da oferta e dos preços. Os métodos para a formação desses conglomerados eram muitas vezes o suborno ou a guerra comercial que consistia em baixar artificialmente o preço das mercadorias até derrotar a(s) firma(s) concorrente(s) para depois incorporá-la(s) e fixar os preços à vontade.
Mais complexos do que os trustes são as chamadas holdings,surgidas em fins do século XIX. A holding é uma empresa de administração que coordena as diversas outras empresas do grupo, embora seja assegurada a aparente autonomia das mesmas.
Os trustes e os cartéis predominaram nos setores que exigiam maior tecnologia e inversão de capitais, como eletricidade, aço e petróleo. Reuniam fabricantes de aço, trilhos, produtos químicos (como o enxofre, na Itália e o potássio, na Alemanha), lâmpadas elétricas, dinamite, transporte marítimo (impondo os fretes em rotas específicas) etc.
Nos Estados Unidos, a indústria de material elétrico era dominada por duas grandes empresas: a General- Electric Company (resultado da fusão, em 1892, das empresas Édison General Electric com a Thomson Houston) e a Westinghouse Electric Company. Na Alemanha, foi fundada em 1847 a Siemens, que cresceu como empresa absolutamente independente e que é hoje a 159 multinacional em valor de vendas.
Em 1882, o grupo Rockefeller, que já era detentor do monopólio do petróleo em uma vasta região dos EUA, foi reestruturado como um truste, dando origem à Standart Oil, hoje EXXON, com controle direto de pelo menos 40% da produção de petróleo do mundo capitalista e 35% de seu consumo. No início do século XX, destacaram-se nos Estados Unidos dois gigantes do aço, a United States Steel, resultante da fusão de doze siderúrgicas e a Bethlehem Steel, uma holdingde cerca de 50 fabricantes de aço. Em 1907, a Dupont já controlava 64 fábricas de pólvora. A General Motors nasceu em 1908, a partir da fusão de cinco empresas, for mando, ao lado da FORD, outra grande produtora de veículos.
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