20/02/2011

Marketing - Mapeamento Emocional:ARQUÉTIPOS EMOCIONAIS

RESUMO:
Estaremos abordando neste trabalho a relação emocional que as pessoas tem a um determinado produto e serviço, usando os Arquétipos Emocionais. Os quais devem ser analisados com cuidado pelos profissionais de marketing, pois constitui uma ferramenta indispensável para ser usada em campanhas publicitárias, onde o público-alvo deva ser atingido, identificando-se com a marca.

1. INTRODUÇÃO:
Para estudarmos os arquétipos emocionais e sua influência sobre as pessoas, o primeiro passo é deixarmos de lado toda a nossa razão, iremos fazer uma viagem sobre emoções, crenças e culturas, e para que esta viagem tenha êxito, devemos deixar todos os pré-conceitos adquiridos durante nossa vida.
Para auxiliar a identificação, descreveremos os arquétipos emocionais (que são padrões ou modelos emocionais), que são utilizados inconscientemente pelas pessoas para expressar seus sentimentos em relação aos produtos/serviços que mais gostam e de identificam.
Todo este trabalho pode ser feito através do uso exclusivo de imagens, porque as pessoas têm dificuldade de verbalizar suas emoções e posicioná-las de forma clara e consciente diante do produto/serviço a ser anunciado.
Para podermos entender um pouco sobre como nascem as imagens e como elas nos influenciam, temos de recordar que cerca de 75% da quantidade de informação que ingressa a cada instante dentro de nosso cérebro é de natureza puramente visual, ou seja, cerca de três quartos das informações que irão ser processadas, interpretadas, respondidas e armazenadas na forma de memória dentro de nós será de cunho eminentemente visual, exigindo respostas, reações e planejamentos que também terão de acontecer dentro de um cenário visual.
O nosso cérebro produz uma representação visual da realidade que nos cerca, que depois é 'enriquecida' por elementos auditivos, táteis, olfativos, psicológicos, emocionais, etc., gerando aquilo que denominamos de realidade. Devemos levar em consideração, portanto, que essa realidade é uma construção individual, uma opinião que emitimos sobre um determinado momento em que experimentamos o universo de informações que nos rodeia e, apoiados em memórias de experiências anteriores e também sobre o nosso estado psicológico, criamos essa 'realidade' que é de cunho extremamente subjetivo. Essa 'realidade', embora tenha sempre o caráter subjetivo, irá coincidir em muitos pontos com a de outras pessoas, e assim se cria a ilusão de que o que 'vemos' é 'real'.
Na propaganda e na publicidade, o uso dos arquétipos emocionais é para criar a ilusão de que podemos sempre participar de qualquer cenário que esteja se desenvolvendo à nossa frente. Essa capacidade de nos envolvermos visualmente com algo que está ocorrendo é chamada de identificação e serve de base tanto para as propagandas induzirem a compra de mais sapatos, até aumentar as chances de se obter uma experiência mística, passando pelas seduções quase hipnóticas do cinema e da televisão. Assim, as imagens nos afetam direta ou indiretamente, estejamos conscientes ou não de seu efeito.
Antes de dar início em qualquer projeto de criação e lançamento de um novo produto ou serviço e sua campanha publicitária, precisamos mapear emocionalmente o mercado a ser atingido. Para que identifiquemos as áreas de sensibilidade emocional relacionadas ao nosso produto ou serviço.

2. ARQUÉTIPOS EMOCIONAIS:
O ser humano é um animal visual. Sua realidade é moldada em termos de cenários e imagens, formas e contrastes, que posteriormente são preenchidos de significados e interpretações. Assim adquirimos conhecimento. A sua capacidade de gerar imagens internas, seja na fantasia ou no sonho, seja na profissão ou lazer, na ciência ou arte, na religião ou no entretenimento, tudo ao seu redor é composto de imagens, formas, luzes e cores, constituindo um universo onde infinitas possibilidades apresentam-se à nossa frente em desdobramentos e seqüências inimagináveis.
Os Arquétipos Emocionais são as imagens, experiências, intuições e todos os processos ligados às memórias pessoais e coletivas, ligados à história da humanidade e a forma pela qual fomos sensibilizados, pelos processos de educação e de manipulação emocional ao longo de nossa vida. Isto também inclui as imagens e representações de figuras históricas e/ou místicas que reconhecemos como fazendo parte de nossa cultura, assim como dos elementos mágico/religiosos que fazem parte de nossas fantasias e expectativas. Representam antigas forças que ainda vivem e atuam no nível inconsciente e que, na maioria das vezes, sequer são reconhecidas, embora tenham o costume de se expressar de forma simbólica ou mística. Como exemplo, podemos citar: as mitologias Greco-romanas, as figuras religiosas Judaico-Cristãs, os Heróis, assim como as figuras de Pai, Mãe, Sábio, etc. Ou seja, são as imagens que definem os nossos contatos inconscientes com esses arquétipos emocionais.
Resumindo sobre os arquétipos emocionais, podemos dizer que são padrões de emoções usados pelas pessoas para explicar como se sentem diante de determinado anúncio de produto ou serviço, no qual confiam e consomem, usando imagens.
As pessoas sentem de formas diferentes essas emoções, umas se identificam mais fortemente em determinado modelo emocional que outro. São quatro tipos de arquétipos emocionais que são utilizados por nossa consciência, e obedecem a seguinte hierarquia:
Faremos adiante uma descrição de cada nível desta hierarquia e de como cada um destes arquétipos influenciam em nossa decisão de compra.

3. INSTINTO:
Os apelos instintivos apresentam-se em dois níveis: um que não está ligado a realidade de vida do ser humano, no outro nível aparece os primeiros sinais de consciência e de individualidade, através da brincadeira e da fantasia. Os dois níveis são dotados de emoções fortes.
3.1 Instintos Não Integrados à Realidade:
3.1.1 Fluxo de Energia:
A emoção da ação. A energia flui individuo sem bloqueios, sem conflitos e aparece como vitalidade e despojamento. Não existem divisões hierárquicas, nem mesmo entre o homem e a natureza, tudo é fluxo, a emoção do movimento, desejo e realização. As pessoas em ação parecem estar fazendo a coisa perfeita em cada situação.
Podemos usar como exemplos as seguintes situações: a força contagiante do sorriso espontâneo; o pulo no penhasco, a conquista do espaço físico com o corpo em queda livre; a adrenalina, à vontade e o prazer em unidade com o todo.
3.1.2 Lúdico:
Arquétipo emocional muito vivenciado naturalmente pelas crianças, onde a brincadeira e a fantasia são envolventes, sem preocupação de serem inconseqüentes fazendo algo divertido e criativo, onde todos são da mesma turma, estão juntos para encarar outros personagens.
Podemos resgatar este arquétipo nos adultos também, através da quebra da formalidade e resgatando momentos de brincadeiras. As fantasias sem compromisso com a realidade criam no homem poderes mágicos: o cabo de vassoura transforma-se num lindo cavalo branco e pode sair voando, os objetos ganham atributos humanos e os humanos, super poderes.
Os estúdios Disney utilizam o Lúdico em seus personagens, desenhos, filmes e parques temáticos. Por exemplo: O Rei Leão, Pinóquio, A Pequena Sereia.
3.2 Instintos Que Fazem Parte da Realidade:
3.2.1 Raiz:
Encontro afetivo com a realidade. É o sentimento agradável e estável de que há coisas na vida que continuarão como sempre foram; o tempo vai curtindo as coisas para melhor e recriando a vida num ciclo de tradição, naturalmente, como a avó passa para a filha e neta.
É o clima de apego que estabelece, na atmosfera estática de uma cidadezinha do interior, a segurança pela permanência das coisas, o sonho de amor puro e eterno, o sentimento de ingenuidade, a convivência com seus amigos fiéis que são como carne e osso, a segurança emocional.
O afeto duradouro e seguro das pessoas que fazem parte de suas raízes, os cães e os animais. É a emoção do reencontro que nasce ao revisitar os lugares em que já viveu, preservados pelo tempo. Em cada lugar reconhecer e ser reconhecido, ter o afeto e o acolhimento das pessoas, o despertar das lembranças de infância, onde brincou e teve suas experiências felizes, ser identificado e querido socialmente.
Existe em cada um de nós o gosto de descobrir que temos uma ligação com o passado, a poeira que foi feita por nossos ancestrais na história, de onde viemos e como chegamos até aqui. É o sentimento do aconchego em relação ao que foi construído pelos antepassados.
3.2.2 Posse:
É o arquétipo onde o ser humano procura manter tudo sob seu controle. Desperta o desejo de adquirir e manter pessoas e coisa sob seus cuidados. É um estado de espírito de expansão dos sentimentos, onde visualiza a matéria como única possibilidade de realização.
O maior desejo é a fortuna. Só a abundância pode dar satisfação pessoal, estabilidade, conforto e segurança. As necessidades são plenamente conhecidas porque são físicas. A tudo é atribuído valor monetário uma vez que há confiança no controle da satisfação, na possibilidade da troca, compra e venda.
Há a busca de um lugar seguro e estável para implantar as raízes. É um estado de espírito em que sabor e tato são facilmente exploráveis.Os bons restaurantes, carros bonitos, seu corpo atraente, as compras e as jóias. Nos relacionamentos, há a procura de segurança e da estabilidade do amigo fiel. O lar é sólido, a decoração bela e confortável, a alimentação saborosa e suculenta, está sempre de portas abertas para as pessoas amigas. Sua família é muito importante, buscando o controle dos membros e a estabilidade financeira de todos.
3.2.3 Guerreiro:
É o arquétipo que determina o instinto de sobrevivência. O espírito Guerreiro surge quando é necessário o romper os obstáculos da vida, enfrentar o medo com suas forças irracionais, para restaurar a dignidade contra as injustiças, as situações de abuso de poder e opressão, atingindo um patamar mais elevado de dignidade pessoal.
A competição esportiva serve também para reviver emocionalmente o espírito do combate. É a força que glorifica, presente nos campeões.
3.2.4 Socializando:
É o arquétipo que mostra ao ser humano o momento psicológico para ampliar os horizontes. Desperta o desejo de variedade, querer estar sempre a par das ultimas noticias, perto dos fatos, usar o mesmo que as pessoas estão usando.
É o desejo de fazer parte dos grupos a seu redor. É o desejo de homogeneização, com uma grande satisfação para a pessoa que faz parte do grupo. O espírito é alegre, comunicativo e coletivo, seja no jogo de vôlei ou na brincadeira.
A preocupação nesse grupo é voltada para tudo que facilite estabelecer relacionamento: trabalhos voluntários, jogos de salão, esportes em grupo, brincadeiras, festas, programas de calouros. As pessoas envolvidas por esse espírito sempre contam tudo o que viram, ouviram ou estão fazendo. As palavras fluem mais facilmente que as emoções.

4. RAZÃO:
Neste estágio da consciência, os arquétipos mostram que há a necessidade de regras, ética, lógica e de um poder central, com uma estrutura formal. Nesta estrutura formal devem existir os padrões de comportamento, com suas regras morais e a definição do status pessoal, para manter viva as tradições e busca de grandes conquistas.
4.1 Cenas do Cotidiano:
O arquétipo onde o ser humano possui o sentimento de orgulho do seu dia-a-dia: com suas tarefas de trabalho, sua família e seus compromissos. Momento psicológico onde o ser humano busca tornar-se querido no "papel dentro da expectativa social", sem se preocupar com grandes profundidades emocionais.
Geralmente demonstram pouco conhecimento de si, baixa auto-estima e se projetam em outra pessoa que admiram. Atuam de forma discreta, mas se gratificam com o reconhecimento explícito como "boa mãe" ou "bom marido" ou "bom filho". Para a mulher há o sentimento agradável de ser um tricô, preparar um bolo, cuidar do filho e ver a união da família.
A consciência da responsabilidade e das obrigações é bastante forte nesse arquétipo. A crença é de que tudo se realiza com esforço. A atenção é voltada para desenvolver hábitos saudáveis na rotina diária, sejam de higiene, educação, alimentação ou no controle das despesas. A mulher é crítica com os outros, consigo mesma e principalmente com as crianças, cuidando para desenvolver nelas bons hábitos.
4.2 Formalização:
Neste arquétipo o ser humano quer viver em um mundo sólido e bem definido. Formalizar é buscar princípios morais estáveis que dão dignidade ao homem. É estabelecer a conduta correta do convívio social, a distinção entre o bem e o mal, o certo e o errado e, optando pelo comportamento correto, poder alcançar uma posição honrada na sociedade. Devem ser reproduzidos, obedecidos e respeitados.
A pessoa disciplina seu comportamento submetendo seus desejos à classificação moral externa. Precisa da segurança do limite, da verdade institucionalizada, da tradição, dos tabus, do nacionalismo. Acredita no bem e no mal, no certo e no errado como valores permanentes. Questionar valores e lançar-se em experiências imprevisíveis é fraqueza.
Estas pessoas adotam uma posição rígida, onde limitam-se a segurança do que é certo, negando a possibilidade de crescimento pelo medo de entrar em confusão ou situação de conflito. É a capacidade de fazer um bom julgamento pela razão.
O homem manda, e a mulher fala, a criança obedece. A família é a única possibilidade de afeto; as mulheres sem dono são do mundo e só podem acabar na solidão. Identifica-se como formas de governo autoritárias. As possibilidades de mudanças são terríveis. Há o medo da solidão, do isolamento e de se perder o que há de mais caro.
O estado de espírito formal é fundamental para a organização da sociedade, com definição de limites e direitos, o que é a base para o desenvolvimento do ego e a delimitação de funções e responsabilidades no meio social.
4.3 Racionalização:
É o arquétipo do espírito comparativo. Neste espírito o homem usa a razão para atuar em sua mente sem a interferência da emoção, onde o senso da realidade, discrimina, avalia e qualifica as pessoas e objetos dando valor que merecem.
É a atitude cartesiana diante da realidade, a aguçada capacidade de análise, a lógica pura a serviço do homem, a busca de uma realidade limpa, organizada, com uma estrutura que permita um padrão de vida elevado e estável. A Razão livra o homem da ilusão dos sentidos, desvenda os segredos da matéria (leis naturais), suas relações de causa e efeito e coloca o entendimento dos fenômenos naturais ao alcance de todos. Proporciona a experiência do domínio sobre a matéria, o desenvolvimento da tecnologia, o conforto, a segurança e a ordem. O enfoque científico parece conter a solução para todos os males da humanidade, com promessas de abundância, saúde e bem-estar. É a possibilidade de romper com a tradição.
O racional é adequado para o planejamento, controle e desenvolvimento de sistemas operacionais, mas não serve para lidar com vontades e emoções das pessoas.
As pessoas têm a necessidade de classificar e medir tudo com parâmetros matemáticos. Busca definição de símbolos de status: o respeito às classes, o melhor carro, a melhor casa, os equipamentos de última geração tecnológica, o alto padrão de rendimentos.
4.4 Grande Meta:
Está associado à concentração de esforços num único objetivo ou uma meta definida. Relaciona-se ao sentimento de luta, disciplina e determinação. Pela capacidade de realização: as grandes empresas, os grandes feitos, os grandes homens, os grandes acontecimentos. Homem vencendo a si mesmo.
São recompensados com o reconhecimento social, um aumento de salário ou uma promoção. O sentimento de aceitar um desafio e descobrir que é se tem competência para desempenhar um papel mais difícil é compartilhado com as pessoas queridas.
É a força que impulsiona a pessoa a expressar-se de uma forma mais completa, aumentando a consciência de sua própria capacidade, aceitando mais responsabilidades, para atuar de forma mais abrangente e integrada ao processo social.

5. EGO:
Os arquétipos emocionais neste estágio de consciência, estão relacionados a nossa descoberta como pessoas, nosso "ego" e nossa satisfação pessoal e individual.
5.1 Auto Estima:
É o momento em que o ser humano procura sentir seu valor como uma pessoa única, com seu valor incondicional. É o estado de envolvimento com a realidade física, ganhando consciência de sua própria presença, qualidades e encantos pessoais de relacionamento.
É a experiência de descobrir e se encantar com a própria importância. Descobrir a beleza do corpo, do jeito, das virtudes, das roupas e lugares que gosta e das formas de se colocar. A auto-estima é um estado de espírito de admirar o próprio espaço, os pertences, a casa.
Quando nos presenteamos é um ato de auto-estima. Sem auto-estima a pessoa se perde e aceita situações de desprezo por si mesmo. Suporta um emprego que a desagrada, n se apega a mesquinharias e situações de depreciação.
5.2 O Espírito Rebelde:
Busca do ser humano pela sua afirmação, da liberação de sua energia impulsiva reprimida pela sociedade formal e autoritária.
É o desejo de viver sua própria vontade independente das recriminações. É a consciência da importância da iniciativa própria para a satisfação pessoal e do direito de escolher seus próprios vínculos e romper com o que não interessa.
A "casa" significa simbolicamente as regras de comportamento, as crenças rígidas da família e da sociedade, insensíveis e inadequados à sua necessidade. A "rua" tem um valor simbólico muito forte porque não tem dono ou verdades e traz a liberdade de poder ser ninguém, do anonimato nas mãos do próprio destino.
Atividades de extravasamento, como a musica, sexo sem compromisso e interesse por ideologias revolucionárias, são comportamentos adotados pela pessoa influenciada pelo Espírito Rebelde.
5.3 O Íntimo:
A indefinida emoção de riqueza íntima que é revelada na presença do outro.
Surge quando se reconhece no outro a mesma marca invisível que trazemos conosco. É como se não existisse nada nos objetos e nas paredes e tudo pelo que pode ter "a ver" em estarmos aqui, mas cada pessoa que penetra em sua intimidade traz consigo toda a riqueza eternamente presente que habita o íntimo.
5.4 I Am a Star:
Neste estágio o ser humano busca o brilho pessoal no ambiente social. Ser reconhecido como dono de uma personalidade especial, marcante, com charme, presença de espírito, descontraído e confiante. Procura a fama e sucesso por meio de uma atividade visível. Está presente nos lugares transados da moda, entre pessoas bonitas, com muitas festas e namoros.
Tem a espontaneidade, seu mundo é glorioso e envolto em glamour. Viver é alegria e prazer, mas em um mundo rico e reconhecidamente atraente.
5.5 Equilíbrio Estético:
É traduzido pela classe e elegância. A pessoas que usam este espírito demonstram gentileza em suas atitudes, apreciando as relações sociais através do respeito com o outro, usando a empatia, conhece e respeita a historia de cada lugar, seus personagens e conflitos de cada época. Além disso, possui uma beleza no vestir e no falar.
Com maturidade e cultura, fazem do viver uma arte, saboreando as boas coisas oferecidas pela vida. É o arquétipo emocional relacionado à diplomacia, propício para estabelecer um relacionamento social que supere as competições.
5.6 Exaltação dos Sentidos:
Neste momento psicológico, a pessoa deixa que seus sentidos fiquem à flor-da-pele, buscando relacionamentos explosivos.
Todo o prazer provém do corpo. Enxergar com profundidade a sensualidade e a beleza, a cor da pele e as formas sinuosas do corpo; à vontade de conquistar o seu desejo do outro; despertar a consciência do poder da força da fêmea, o desejo de possuir e ser desejada; o olhar sedutor prometendo cumplicidade; o compromisso de penetração no toque das mãos e no olhar.
5.7 Jogo do Poder:
Aqui o ser humano usa seus recursos e talentos pessoais como o tempo, a inteligência, a beleza, o charme, a juventude, a ousadia, e o que for necessário um jogo de vale tudo, para conseguir chegar ao topo, alcançando uma posição de poder.
A obsessão de chegar rápido num lugar para poucos, com poder de decisão. Ser implacável com o inimigo até conseguir detona-lo e tira-lo da posição que queremos ocupar. Onde o fim, justifica os meios.
Um estado de volúpia, onde a pessoa abandona os sentimentos de romantismo e amor. Serve para aumentar a consciência de si mesmo, no jogo entre talentos e fraquezas.

6. ESPÍRITO:
Nos arquétipos do Espírito podemos identificar dois arquétipos intermediários: os relacionados aos fatores de transformação e relacionados aos fatores de integração com o espírito. Descreveremos detalhadamente sobre estes arquétipos e suas características.
6.1 Arquétipos de Transformação:
6.1.1 A Busca do Inconsciente:
É a vontade do ser humano de transcender o próprio Ego, questionando os valores estabelecidos, tomando consciência da vontade de eliminar a artificialidade e o supérfluo da vida, chegando a essência.
É a necessidade de uma realidade mais rica de significado e simplicidade, com uma postura reflexiva sobre o quotidiano, onde se procura a verdade nas relações e a aceitação do direito de escolha, onde a ganância pelo poder e o uso da competência como arma para opressão são atitudes contrárias a este estado de espírito.
Surge o interesse por experiências emocionais reveladoras. Há o interesse pelos mistérios da vida, o respeito à dúvida e ao caos, a linguagem mitológica, as ciências ocultas que revelam o destino.
6.1.2 Idealismo:
É o estado em que existe a busca da verdade absoluta. O desejo de ações que transformem a realidade, onde o interesse pessoal se desloca dos prazeres imediatos e se direcionam para o conhecimento mais profundo da realidade, pra criar um mundo novo.
O que pode parecer negativo ser crítico, faz as pessoas repensarem seus conceitos para uma sociedade mais livre e justa. Resgatar das civilizações ancestrais sua sabedoria milenar, para conceber uma estrutura de governo, capaz de transformar a sociedade atual e lançar alicerces para uma nova civilização.
6.2 Arquétipos de Integração Com o Espírito:
6.2.1 Expansão:
O ser humano buscando uma dimensão mais elevada da vida, através da emoção de experimentar todas as possibilidades, rompendo com o compromisso.
É sentir-se independente e dono do seu destino a partir em busca da liberdade de decidir por seus próprios atos. Ir em busca de um sonho, sentir-se livre no mundo, deixar a casa para morar sozinho, descobrir novas realidades e estabelecer novos relacionamentos. Ter o mundo como uma opção de vida.
Reproduz a experiência de romper seus próprios limites, ter a ousada de deixar os compromissos e entrar em contato com as pessoas e lugares que lhe interessam. Mudar de cidade, colocar compaixão numa novidade. Ser uma pessoa viva, para quem a verdade dos sentimentos, e não o dinheiro, é o mais importante.
6.2.2 Expressão:
É o estágio em que o ser humano integra-se à coletividade vivenciando sua verdade pessoal com espontaneidade de revelar o que sabe e o que não sabe e o quer de uma situação. É perceber o mundo como um tecido social em mutação cheio de oportunidades.
Sentindo-se parte ativa da revolução do universo, ver o mundo cores, viver em um ambiente rico de informações úteis e envolventes. O terreno desconhecido é rapidamente mapeado.
As pessoas assumem atitudes autênticas nos relacionamentos, vivendo a singularidade de sua personalidade, procurando o que gosta e o que deixa a vontade, percebendo o óbvio, questionando convenções e às vezes se colocando de forma polêmica. Valoriza as amizades e os relacionamentos livres.
6.2.3 Liderança Visionária:
Vê o mundo como um campo aberto a ser conquistado. Neste arquétipo a pessoa consegue visualizar nas sementes de hoje as árvores do amanhã. Tem uma visão global da situação e dos detalhes.
Sente que os mundos podem ser desintegrados e reconstruídos, que podemos criar nossa própria realidade. Vivencia sua visão na totalidade antes que exista a possibilidade e uma prova concreta. Para esta pessoa é preciso sensibilizar as pessoas para um ideal comum mais elevado.
É preciso nas atitudes, vai direto ao que quer realizar; faz contato com as pessoas que decidem, troca informações precisas, concisas e relevantes. Realiza-se vendo o projeto avançado, a se concretizar. Gosta de pessoas que acreditam e têm entusiasmos pelo que fazem. Valoriza o posicionamento direto de vontades e sentimentos.
Gosta de pessoas vivendo com entusiasmo, seriedade, transgredindo e explorando o mundo com uma perspectiva pessoal. Gosta de freqüentar lugares limpos, eficientes e com clima de amizades – não servil ao extremamente educado. Promove o desenvolvimento local.
Esta pessoa acredita na sinceridade e na integridade de caráter dos demais, sem falsidades ou omissões.
6.2.4 Tribo Global:
Estado de espírito de integração. O mundo se integra, os interesses e estilos se tornam internacionais. Tudo será mais transparente, os costumes e os negócios, os governos e as opções pessoais. Maior estabilidade e menor especulação.
Todos integrados pela informação, gerando um nível mais elevado de consciência coletiva, onde não existe o certo ou o errado, mas o direito a um posicionamento claro e transparente, verdadeiro com as pessoas.
6.2.5 Sentimento Cósmico:
A realidade da vida está impregnada de significado cósmico, onde não existe o bem, sem o mal. Neste estágio o ser humano aceita a os opostos como condição necessária para a formação do todo.
È o maior grau de interação psicológica, onde tudo adquire valor pelo que é. Nada é vulgar, tudo é válido. A vida é sentida como um espetáculo que vale a pena participar.
6.2.6 Sensibilidade:
A sensibilidade é um estado de espírito e de beleza, naturalidade e delicadeza. É a percepção delicada sobre tudo. Busca clima e situações que naturalmente toquem a emoção, revelando novas realidades.
A pessoa sensível é tranqüila e planeja seu dia com flexibilidade e calma, sentindo-se parte das coisas que mais gosta, livre e envolvente usa a imaginação como uma faculdade integrada ao cotidiano.
Esta pessoa possui hábitos saudáveis e simples: alimentação que não violenta o corpo, natureza e ciência num único cosmético, o prazer na postura e no movimento do corpo, nos negócios lida com as necessidades humanas fundamentais, coloca em foco os objetivos comuns, as necessidades emocionais e concretas, a satisfação mutua e a rentabilidade.

7. CONCLUSÃO:
Os arquétipos emocionais são tão importantes para os profissionais de marketing, porque conseguem atingir diferentes níveis da consciência humana tanto pessoal como coletiva, onde são capazes de atuar sobre o comportamento ou até mesmo modifica-los, induzindo a tendências ou expressando desejos.
É através deles que podemos fazer uma leitura sobre o comportamento das pessoas que desejamos atingir com uma campanha publicitária. O uso correto das imagens, pode levar a pessoa a envolver-se emocionalmente com a marca, levando-a imaginar-se no cenário proposto pela propaganda.
A campanha publicitária é eficiente a partir do momento que consegue identificação com seu público-alvo. E para isso, é necessário que analisemos os Arquétipos Emocionais como ferramentas indispensáveis em nosso planejamento de marketing.

BIBLIOGRAFIA:
MARTINS, José. Arquétipos em Marketing: o uso e as funções dos arquétipos na formação da imagem da marca. São Paulo: STS Produções e serviços Ltda, 1995.
WEB SITE: www.nokhooja.com.br/ Artigo: História Natural dos Arquétipos, encontrado através do mecanismo de busca do Portal Terra.

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