24/02/2011

A LOGÍSTICA COMO FERRAMENTA DE COMPETITIVIDADE NA GESTÃO DE MATERIAL



Histórico
Desde os tempos da luta travada entre gregos e troianos, de 1250 a. C. a 1240 a. C., pelo domínio da cidade de Tróia já se utilizava a logística. Para vencer os inimigos, o guerreiro Ulisses criou uma estratégia. O Exército fingiu se retirar e deixou um gigantesco cavalo de madeira diante das muralhas de Tróia. Como consideravam o cavalo um animal sagrado, os troianos recolheram o presente, que escondia soldados gregos em seu interior. Dessa forma, a cidade foi invadida, saqueada e queimada. Com a vitória, os gregos passaram a controlar o tráfego marítimo na região.

Ao longo da história humana, as guerras têm sido ganhas e perdidas através do poder e da capacidade da logística - ou a falta deles. Argumenta-se que a derrota da Inglaterra na Guerra da Independência dos EUA pode ser, em grande parte, atribuída a uma falha logística. O exército britânico na América dependia quase que totalmente da Inglaterra para os suprimentos. No auge da guerra, havia 12.000 soldados no ultramar e grande parte dos equipamentos e da alimentação partia da Inglaterra. Durante os primeiros seis anos da guerra, a administração destes suprimentos vitais foi totalmente inadequada, afetando o curso das operações e o moral das tropas. Até 1781 eles não tinham desenvolvido uma organização capaz de suprir o exército e, àquela altura dos acontecimentos, já era muito tarde.

Podemos notar que durante muitos séculos, a logística esteve associada apenas à atividade militar.
Por ocasião da Segunda Guerra Mundial, contando com uma tecnologia mais avançada, a logística acabou por abranger outros ramos da administração militar. Assim, a ela foram incorporados os civis, transferindo a eles os conhecimentos e a experiência militar.

Conceito
Existem muitas maneiras de definir a logística, mas o conceito principal poderia ser:
" A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e a armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo."

Vantagem Competitiva


Podemos afirmar que uma empresa pode alcançar uma posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes, em termos de preferência do cliente, através da logística.
As bases do sucesso no mercado são muitas, mas um modelo simples é baseado na trilogia: companhia, seus clientes e seus concorrentes- os três "Cs".

A fonte de vantagem competitiva é encontrada, primeiramente, na capacidade de a empresa diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente e, em segundo lugar, pela capacidade de operar a baixo custo e, portanto, com lucro maior.

A procura de uma vantagem competitiva sustentável e defensável tem se tornado a preocupação de todo gerente alerta para as realidades do mercado. Não se pode mais pressupor que os produtos bons sempre vendem, nem é aceitável imaginar que o sucesso de hoje continuará no futuro.

Supply Chain Management


Supply Chain Management (SCM - Gestão da Cadeia de Suprimentos) tem representado uma nova e promissora fronteira para empresas interessadas na obtenção de vantagens competitivas de forma efetiva e pode ser considerada uma visão expandida, atualizada e, sobretudo, holística da administração de materiais tradicional, abrangendo a gestão de toda a cadeia produtiva de uma forma estratégica e integrada. SCM pressupõe, fundamentalmente, que as empresas devem definir suas estratégias competitivas e funcionais através de seus posicionamentos (tanto como fornecedores, quanto como clientes) dentro das cadeias produtivas nas quais se inserem. Assim, é importante ressaltar que o escopo da SCM abrange toda a cadeia produtiva, incluindo a relação da empresa com seus fornecedores e clientes, e não apenas a relação com os seus fornecedores.
SCM também introduz uma importante mudança no paradigma competitivo, na medida em que considera que a competição no mercado ocorre, de fato, no nível das cadeias produtivas e não apenas no nível das unidades de negócios (isoladas).

Objetivos e Práticas da Supply Chain Management:

Um objetivo básico na SCM é maximizar e tornar realidade as potenciais sinergias entre as partes da cadeia produtiva, de forma a atender o consumidor final mais eficientemente, tanto através da redução dos custos, como através da adição de mais valor aos produtos finais. Redução dos custos tem sido obtida, através da diminuição do volume de transações de informações e papéis, dos custos de transporte e estocagem, e da diminuição da variabilidade da demanda de produtos e serviços, dentre outros. Mais valor tem sido adicionado aos produtos, através da criação de bens e serviços customizados, do desenvolvimento conjunto de competências distintas; através da cadeia produtiva e dos esforços para que, tanto fornecedores como clientes, aumentem mutuamente a lucratividade.

Práticas eficazes na SCM têm sido implementadas em todo mundo, as quais têm visado a simplificação e obtenção de uma cadeia produtiva mais eficiente. Resultados positivos têm sido obtidos principalmente através de procedimentos como os listados abaixo:
- Reestruturação e consolidação do número de fornecedores e clientes:
Significa reestruturar (geralmente através de redução) o número de fornecedores e clientes, construindo e aprofundando as relações de parceria com o conjunto de empresas com as quais, realmente, se deseja desenvolver um relacionamento colaborativo e com resultado sinérgico;

- Divisão de informações e integração da infra-estrutura com clientes e fornecedores:
A integração de sistemas de informações/computacionais e a utilização crescente de sistemas como o EDI (Electronic Data Interchange), entre fornecedores, clientes e operadores logísticos têm permitido a prática, por exemplo, da reposição automática do produto na prateleira do cliente (Efficient Consumer Response). Tais práticas têm proporcionado, sobretudo, trabalhar com entregas just-in-time e diminuir os níveis gerais de estoques. Também, a utilização de representantes permanentes (In plant representatives) junto aos clientes tem facilitado, dentre outras coisas, um melhor balanceamento entre as necessidades do mesmo e a capacidade produtiva do fornecedor, bem como uma maior agilidade na resolução de problemas;
- Desenvolvimento conjunto de produtos:
O envolvimento dos fornecedores desde os estágios iniciais do desenvolvimento de novos produtos (Early Supplier Involvement) tem proporcionado, principalmente, uma redução no tempo e nos custos de desenvolvimento dos mesmos;

- Considerações logísticas na fase de desenvolvimento dos produtos:
Representa a concepção de produtos que facilitem o desempenho da logística da cadeia produtiva, geralmente também envolvendo a escolha de um operador logístico eficiente para administrar a mesma;

- Integração das estratégias competitivas na cadeia produtiva:
Implica na compatibilização da estratégia competitiva e das medidas de desempenho da empresa à realidade e objetivos da cadeia produtiva como um todo.

Outsourcing na Cadeia de Suprimentos


Um outro conceito importante na SCM é o de "outsourcing", o qual começou com áreas tidas como periféricas (como a de informática) e agora chega a áreas como manufatura, manutenção, distribuição e marketing. Outsourcing é uma prática em que parte do conjunto de produtos e serviços utilizados por uma empresa (na realização de uma cadeia produtiva) são providenciados por uma empresa externa, num relacionamento colaborativo e interdependente. A empresa fornecedora desenvolve e continuamente melhora a competência e a infra-estrutura para atender o cliente, o qual deixa de possuí-los total, ou parcialmente. O cliente continua, entretanto, mantendo uma estreita e colaborativa integração com o fornecedor. É importante notar que a visão contemporânea de outsourcing vai além das práticas rotuladas de "sub-contratação" ou "terceirização", freqüentemente conduzidas no Brasil nos últimos anos. Outsourcing significa, essencialmente, a opção por uma relação de parceria e cumplicidade com um ou mais fornecedores da cadeia produtiva, numa decisão tipicamente estratégica, abrangente e de difícil reversão. Por sua vez, sub-contratação (ou terceirização) tem significado apenas um negócio, uma decisão operacional, mais restrita e relativamente de mais fácil reversão.
Nos últimos anos o interesse pela SCM tem crescido muito no mundo e no Brasil. Os avanços têm sido muito significativos tanto na área de serviços como na manufatura.

Just in time (JIT)


Just In Time é uma filosofia de administração que enfoca a eficiência e integração do sistema de manufatura, tornando o processo cada vez mais simples, visando redução dos custos de produção. Utiliza o sistema de produção puxada, no qual se fornece produtos somente com base na demanda, reduzindo problemas no processo de produção.
Suas metas são, dentre outras:
  • projetos para otimização da qualidade e facilidade de fabricação;
  • entendimento e respostas às necessidades dos clientes;
  • redução de custos;
  • busca de sistemas de parcerias;
  • flexibilização para redução de ciclos de produção para aumento na variedade de produtos.
Apresenta como vantagens:
  • área de materiais - redução de 30% a 50% dos custos operacionais agregados (menor custo de armazenagem);
  • área de produção - otimização dos processos de produção para obtenção de qualidade 100%.
  • área de vendas - identificação de clientes potencialmente ativos.
Entretanto, o sistema Just In Time pode acabar sendo desvantajoso para a empresa se não houver compreensão por parte de todos os seus segmentos. Trata-se de um sistema que deve apresentar 100% de adesão, uma vez que se apenas parte da empresa aderir ao sistema, esta será prejudicada pela "disfunção" gerada pelos outros segmentos que não aderiram.
Para a implantação do Just In Time, a empresa deve apresentar certos pré-requisitos:
  • comprometimento de todos os segmentos da organização;
  • a gerência deve:
a) responder às necessidades dos clientes;
b) eliminar processos redundantes;
c) desenvolver a participação de todos os funcionários (não só dos diretamente ligados ao processo produtivo);
d) trabalhar para reduzir estoques;
e) dentre outros.
Ao buscar implantar o sistema Just In Time, a empresa deve, antes de mais nada:
  • proceder a uma avaliação das mudanças desejadas;
  • definir as prioridades;
  • atribuir funções de importância e responsabilidades.
Partindo deste princípio, a estratégia de implantação torna-se mais simples e deve seguir as seguintes etapas:
1. Programa Piloto - criação de grupos com funções específicas (pessoas + comprometimento + treinamento);
2. Seleção de membros do projeto (motivação);
3. Definição do cronograma;
4. Programa de realimentação de informação - feedback (funcionários detectam problemas à surgimento de soluções rápidas);
5. Acompanhamento do processo.
Com o surgimento da filosofia Just In Time, as organizações que a adotaram verificaram que é possível a redução dos custos de produção e o capital de giro da empresa não fica imobilizado na aquisição de matéria-prima e os custos de armazenagem destas matérias-primas também são significativamente reduzido.

A Função da Logística na Organização
A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.

Atividades Primárias:

A definição anterior identifica aquelas atividades que são de importância primária para o atingimento dos objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Estas atividades-chave são:
  • Transportes: Atividade essencial, pois nenhuma empresa moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma. Além disso, ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. Transporte, refere-se aos vários métodos para se movimentar os produtos, podendo ser por modos aeroviário, rodoviário, marítimo e ferroviário, por exemplo;
  • Manutenção de Estoques: Par se atingir um grau razoável de disponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que agem como "amortecedores" entre a oferta e a demanda. É uma atividade de suma importância já que o uso extensivo de estoques é responsável por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos. A administração de estoques envolve manter seus níveis tão baixos quanto possível, ao mesmo tempo que prevê a disponibilidade desejada pelos clientes;
  • Processamento de Pedidos: É a atividade que inicializa a movimentação de produtos e a entrega de serviços. Sua importância deve-se ao fato de ser um elemento crítico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes.
Atividades Secundárias ou Atividades de Apoio:

São as atividades de apoio às atividades primárias na obtenção dos níveis de bens e serviços requisitados pelos clientes. Estas atividades são:
  • Armazenagem: é a administração do espaço necessário para manter estoques. Envolve problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, entre outros;
  • Manuseio de Materiais: Associada com a armazenagem e também dá apoio a manutenção de estoques. Refere-se a movimentação do produto no local de estocagem. Trata de problemas como seleção do equipamento de movimentação, procedimentos para formação de pedidos e balanceamento da carga de trabalho;
  • Embalagem de Proteção: Auxilia a garantir a movimentação do produto sem quebras, já que um dos objetivos da logística é movimentar bens sem danificá-los;
  • Obtenção: Trata da seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado, ou seja, é atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico;
  • Programação de Produtos: Lida com a distribuição. Refere-se às quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas;
  • Manutenção de Informação: Mantém uma base de dados com informações importantes, que são essenciais para o correto planejamento e controle logístico.
Logística de Distribuição

É a parte da administração de empresas que trata de servir a demanda pelos produtos e serviços da organização. A distribuição é tarefa desenvolvida em três níveis:
1. Estratégico - Molda de forma geral qual deve ser a configuração global do sistema de distribuição, ou seja, a localização dos armazéns, a seleção dos modos ou modais de transporte e o projeto do sistema de processamento de pedidos;

2. Tático - planeja a curto prazo como utilizar os recursos (equipamentos e facilidades) de maneira eficiente, são questões como, por exemplo, se os equipamentos de transporte podem movimentar-se sempre completamente carregados, se a área de armazéns pode ficar sempre totalmente ocupada;

3. Operacional - O foco é principalmente supervisão e realização das tarefas. Refere-se às tarefas diárias que o gerente de distribuição e seus subordinados devem desempenhar para garantir que os produtos fluam através do canal de distribuição até o último cliente, como, por exemplo, recolher produtos dos estoques armazenados, carregar caminhões para entrega, embalar produtos para carregamento, manter registros dos níveis de inventário, preparar pedidos para ressuprimento de estoques, entre outros.
Logística de Transporte

Desde os tempos coloniais o setor de transportes tem sido um desafio para o Brasil, em razão do tamanho e da topografia do País. Nos últimos 30 anos este desafio vem finalmente sendo vencido: fmi adotada uma conduta sistemática para planejar e implementar um sistema integrado nacional de transporte de superfície, por rodovias, ferrovias e por meio fluvial.

Transporte Terrestre: Desde os anos 70, o Governo tem priorizado a alocação de recursos para construção e manutenção de rodovias e auto-estradas, através das quais são transportados cerca de 85% da população e dos produtos brasileiros. As rodovias brasileiras tem um "design" moderno. Praticamente todas as capitais dos Estados são ligadas por estradas pavimentadas. São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades importantes contam com modernas vias expressas metropolitanas. O total de rodovias e auto-estradas no Brasil é de aproximadamente 1.5 milhões de km, o que reflete um crescimento de mais de 300% em duas décadas.

A rede ferroviária é mais reduzida, com relação à rodoviária. Entretanto, alguns projetos especiais têm sido implementados, tais como a Ferrovia do Aço, que liga as áreas de extração das minas de aço com as de siderurgias e portos na região costeira do Sudeste.
Transporte Marítimo e Fluvial: O extenso litoral brasileiro e seus vastos rios oferecem enorme potencial para utilização econômica do transporte marítimo e fluvial. O Brasil transporta, anualmente, mais de 350 milhões de toneladas por via fluvial. Este meio de transporte não foi totalmente explorado ainda, por exigir investimentos iniciais muito altos e, principalmente, por ser um meio de transporte lento.

Embora a Marinha Mercante tenha se desenvolvido nas últimas três décadas, sua capacidade de longo alcance é ainda desproporcional face ao volume e à taxa de crescimento do comércio transoceânico do Brasil. Em 1989, aproximadamente 2% dos produtos transportados por água, encontravam-se em recipientes de carga. Existem 16 portos totalmente equipados no Brasil, entre os quais destacam-se o de Santos, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Dois cursos de água navegáveis estão melhorando o transporte fluvial no Brasil, e com os países vizinhos do sul e sudeste: os cursos do Paraná - Paraguai e o do Tietê - Paraná, este último também chamado de "Curso Fluvial do Mercosul". Projetos recentes estão sendo desenvolvidos também, para incrementar a utilização do rio São Francisco como hidrovia de escoamento da produção e transporte de passageiros.

Transporte Aéreo: As características físicas e o rápido desenvolvimento econômico levaram, desde os anos 30, ao estabelecimento de uma vasta rede de transporte aéreo. Tais rotas são operadas por companhias aéreas comerciais que, em nível doméstico e de longo alcance, utilizam também aviões projetados e construídos no Brasil.
Existem, atualmente, 10 aeroportos internacionais em operação no Brasil, oferecendo alto padrão de conforto e eficiência. Além de possuir conexões diretas com outros países da América do Sul, América Central e América do Norte, o País é ligado por linhas aéreas a todos os continentes. Todas as companhias aéreas registradas no Brasil são privadas, algumas permitindo participação estrangeira.
A importância dos meios de transportes para a Logística Empresarial:
Os sistemas de transportes de todo o mundo, seja de carga ou de passageiros, sempre assumiu uma característica importante nas políticas gerenciais. Como é sabido dos estudiosos em Administração, uma organização que necessite de algum meio de transporte para defender seus objetivos, deve tratá-lo da mesma forma que trata a compra de qualquer outra mercadoria: tomando como base a qualidade, o preço e o serviço. Deve, pois, transportar seus produtos por meios que garantam pronta entrega, com um mínimo de extravio ou dano à carga, que tenha disposição para cooperar em caso de eventuais modificações, que cometa o mínimo de erro no faturamento e assim por diante. Para tanto, o administrador deve saber o seguinte sobre os possíveis meios de transporte que poderá contratar:

- Transporte Rodoviário:
 Os caminhões, as carretas, as caminhonetes e demais veículos de carga rodoviários são responsáveis por 55% de todo o volume de carga transportado no Brasil. Esta estatística talvez não seja tão representativa na Europa e nos estados Unidos uma vez que os transportes ferroviários, marítimos, de cabotagem e até mesmo aéreos são mais viáveis, dentro de um contexto econômico, que no Brasil. As maiores vantagens trazidas por esse meio seriam o preço competitivo, apesar de existirem meios mais baratos (ferroviários, marítimos, cabotagem, etc.), o grande poder de interconectivdade, isto é, a grande capacidade de se chegar onde quiser e aproveitar outros meios de transporte (por exemplo, temos os casos de caminhões que embarcam em balsas para economizarem parte de percurso),a velocidade de entrega, uma das maiores, e a sua capacidade de carga, que abrange quase todas as necessidades. Por essas colocações, o transporte rodoviário é o mais comum no Brasil e no mundo.

- Transporte Ferroviário: No Brasil, o transporte de cargas por ferrovias parece ser de bom tamanho tendo em vista o tamanho da Federação, mas, apesar de muitos projetos e incentivos governamentais, essa idéia anda cada vez mais para trás em relação aos demais meios de transporte. A esperança maior fica por conta da privatização das ferrovias brasileiras tentando tirar a ferrugem dos trilhos, muitas vezes até virgens. A nível mundial poderíamos até dizer que é o mais utilizado, sobretudo na Europa, Ásia e América do norte, onde os trilhos chegam a grandes distâncias, facilitando a distribuição dos bens produzidos. O que podemos observar é que o transporte ferroviário teve uma alavancagem bastante forte entre os anos 60 e 70, crescendo de 17% para 24% a sua participação no transporte de carga, principalmente nas cargas para longas distâncias, que é o forte do transporte ferroviário. Mas vem perdendo terreno desde então. Sua conectividade é relativamente boa para os transportes rodoviários e aquáticos. A capacidade de carga é bastante elevada, o que atende sobretudo o mercado de extrativismo mineral, como é o caso das duas ferrovias que atendem as necessidades da Companhia Vale do Rio Doce, e agrícola, para escoar suas mercadorias para longas distância e portos do país, como o de Santos - SP, abrindo o caminho para o mercado exterior. É um transporte de considerável segurança mas exige uma acomodação cuidadosa do produto durante o transporte. Em matéria de custo, está competindo com o transporte rodoviário. O problema é que as tarifas dos meios de transporte rodoviário chegam quase à equivalência das tarifas das ferrovias. Em outros casos, os preços empregados chegam até mesmo a competir com os transportes marítimos e de cabotagem, tido como os mais baratos. Assim, deve-se observar que a força do transporte ferroviário está no transporte de cargas de alto volume e que se destinem a grandes distâncias atendidas pela rede ferroviária.

- Transportes por Dutos: Sem dúvida alguma esse é o meio de transporte mais barato que existe, mas é muito restrito ao material transportado: água(aquedutos), derivados de petróleo (oleodutos) e gás (gasodutos). Apesar de ser um investimento elevado, o retorno é praticamente seguro.

- Transporte Aéreo: Desde o término da Segunda Guerra Mundial o volume físico do frete aéreo aumentou pelo menos 50%, embora a tonelagem total ainda seja apenas uma fração muito pequena da transportada por ferrovias e caminhões (no contexto mundial). O único fator que apresenta moderado crescimento é o fato de as tarifas aéreas serem duas vezes mais altas que as cobradas pelas estradas de ferro e linhas de caminhões. É óbvio que para algumas remessas, a velocidade é fator importante e a expedição deve ser feita da forma mais rápida possível, quase sem levar em conta os custos. Mas há, pelo menos, duas outras razões para o veloz crescimento dos carregamentos aéreos: primeiro, as tarifas aéreas não são tão altas como se aparentam. Na maioria dos casos é possível usar containers mais leves e nem sempre é necessária qualquer tipo de embalagem. Em segundo lugar, é notório que a utilização de fretes aéreos barateia consideravelmente os custos desse meio de transporte. Devemos considerar, ainda, o fator segurança, que certamente é bastante alto no transporte aéreo.

- Transporte Aquático:
 Como transporte aquático podemos citar o marítimo e o de cabotagem.
O transporte marítimo é a maneira mais barata, e geralmente mais lenta, de remeter qualquer mercadoria - particularmente em grandes cargueiros. Esse transporte é preferido para grandes cargas e grandes distâncias, sobretudo intercontinentais, por garantir uma ótima flexibilidade de rotas na maioria do percurso.

A navegação de cabotagem, que é feita em rios ou costa marítima, é razoavelmente utilizada no contexto brasileiro. É mais lenta porém mais barata que o transporte aéreo, rodoviário ou ferroviário na maioria dos casos. São utilizados pequenos cargueiros e balsas. O sucesso desta navegação depende das condições geográficas da região a ser atendida e do tamanho e condições de navegação da costa marítima visada.

A importância desse meio de transporte é tão considerada que o homem chega mesmo a desafiar a natureza, como acontece no canal do Panamá, América Central, onde o relevo acidentado deu lugar a uma passagem para navios através de comportas e tanques d'água elevadiços. Já o Canal de Suez, no Egito, é tão importante para o mundo que se fosse fechado , provocaria uma forte crise de petróleo no mundo, tendo em vista que ele está localizado em um ponto estratégico, ou seja, na região do Oriente Médio.

Logística de Suprimentos

As atividades-chave para a administração de suprimentos são processamento de pedidos, transportes e controle de estoques. As atividades que apóiam estas funções são armazenagem, manuseio de materiais, obtenção, embalamento protetor e manutenção de informação. O gerente de materiais utiliza estas atividades para suprir a operação da produção com peças e materiais necessários, isto é feito pelo abastecimento direto de bens sob encomenda para atender as necessidades da produção ou pelo abastecimento para estoque em antecipação a essas necessidades. O gerente procura oferecer bom nível de serviço de maneira eficiente.

Logística de Produção

A função do gerente de produção é sincronizar a produção com a demanda do cliente. É nesta área que temos o planejamento do sistema produtivo para atender as necessidades de venda, ou seja, são planejados tamanhos mínimos e variados de lotes de produção para poder mudar um ambiente de produção sob encomenda. As prioridades de produção são direcionadas pelas datas exigidas pelos clientes.

Um exemplo de aplicação de Logística
O McDonald's usa logística bélica na rede, a distribuição e o giro do estoque são controlados pela Martin-Brower do Brasil.

O McDonald's, maior rede de fast-food do mundo, montou seu império com base em uma estratégia de logística bélica. Quem vai a uma lanchonete da rede não costuma pensar como cada produto que será consumido, desde o hambúrguer até o canudinho para tomar o refrigerante ou o suco, chegou até lá.
Esse trabalho monumental está entregue desde 1955 à operadora de logística americana Martin-Brower, controlada pela Heyes Holding, responsável pelo abastecimento de 44% dos 13 mil lanchonetes da marca nos Estados Unidos. No Brasil, essa empresa uniu-se à nacional Brapelco e responde por 100% do suprimento dos 528 lanchonetes da rede no País.

Em seminário este mês para transportadores da Associação Nacional de Transporte de Cargas (NTC), em São Paulo, o diretor de logística da Martin-Brower do Brasil, Ozoni Argenton Júnior, mostrou como funciona a logística para o McDonald's do Brasil, capaz de movimentar 17 milhões de caixas somente nos primeiros 10 meses deste ano. "Com exceção do refrigerante, entregue pela Ambev e Coca-Cola, absolutamente tudo o que se vê na lanchonete McDonald's é suprido pela Martin-Brower", afirmou.

Segundo ele, o plano logístico é de longo prazo e prevê o abastecimento da rede até 2003 - quando o McDonald's estima ter duplicado o número atual de lanchonetes no País.

A estratégia da Martin inclui alguns requintes, como, por exemplo, a instituição de uma carreta que trabalha com três temperaturas diferentes. O objetivo é levar, de uma só vez, produtos resfriados (de 0 a 4 graus centígrados), congelados (menos 18 graus) e secos (temperatura normal) num mesmo caminhão. O projeto das carretas, de acordo com Argenton, foi feito pelos técnicos da Martin e da Brapelco com a intenção de fazer todas as operações com o menor custo possível. "Isto é uma exigência do McDonald's."

Food Town - A Martin-Brower tem quatro Centros de Distribuição (CD) no País. O maior fica no km 18 da Anhangüera, em São Paulo, e é chamado de Food Town, ou Cidade da Alimentação.
Esse centro cuida do transporte, estoque, armazenagem e distribuição de 59% das lojas do McDonald's do País. Os outros centros estão no Rio de Janeiro, São Francisco do Sul (SC) e Recife (PE).

Segundo Argenton, a cadeia cresce à velocidade de uma lanchonete a cada 10 dias no Brasil. "Não há como abrir Centros de Distribuição com essa agilidade, por isso a empresa trabalha com planos de médio e longo prazo", afirmou, acrescentando que o CD da Anhangüera tem capacidade de expansão assegurada até 2003.
O executivo explicou que o McDonald's mantém controle extremamente rígido da qualidade dos serviços do operador logístico para manter a padronização.

Por isso, a Martin-Brower cuida de 100% da frota que entrega as mercadorias às lanchonetes e só terceiriza serviços de fornecedores para os Centros de Distribuição.
Por exemplo, as batatas usadas na rede brasileira são trazidas da Argentina pela transportadora Michelon. Do CD da Anhangüera, as batatas vão para as lanchonetes em caminhões da Martin-Brower.
Estoques - Argenton explicou que os giros de estoque da rede de lanchonetes são, em média, de cinco dias, ou 70 vezes por ano. "Em alguns Centros de Distribuição, como o de Recife, o estoque gira em apenas dois dias", afirma. Segundo ele, um dos desafios da operadora logística é entregar os produtos perecíveis.

A alface tem vida útil de dez dias se guardado em boas condições, mas as lanchonetes do McDonald's só aceitam receber o produto até o quarto dia de vida útil. "Levar alface de São Paulo para Manaus, por exemplo, fica inviável por via rodoviária, por isso utilizamos o avião", informou.
O executivo afirmou que o plano de entrega dos produtos, revisado trimestralmente, inclui horários previamente acertados para descarregar os caminhões nas lanchonetes. Segundo ele, a frota tem computador de bordo.
Toda a cadeia logística, desde os fornecedores até o cliente, é integrada via Internet ou EDI (Electronic Data Interchange). De acordo com Argenton, só com essa integração é possível repor os produtos problemáticos nas lanchonetes em até 48 horas, ou até 24 horas nos grandes centros, como São Paulo.
Para Argenton, a complexidade do abastecimento de uma rede como a do McDonald's mostra que o operador logístico tem de ter tecnologia adequada e precisa investir nos funcionários para conseguir fazer o serviço com excelência e baixo custo.

"No Brasil, a logística ainda é uma palavra mal utilizada; não basta fazer bem o transporte e se intitular operador logístico, é preciso muito mais do que isso", disse.
De acordo com ele, a Martin-Brower do Brasil tem suas atividades completamente tomadas pelo McDonald's, mas planeja diversificar o número de clientes nos próximos anos.
No atual ambiente econômico, caracterizado pelos fenômenos da globalização e da inovação tecnológica, a logística vem se transformando num dos principais instrumentos para o aumento da competitividade empresarial. A cada dia surgem novas tecnologias e abordagens gerenciais que impulsionam e tornam mais importante a logística empresarial. Tal dinâmica impõe às empresas a necessidade de revisão contínua de suas práticas gerenciais e operacionais, com o objetivo de expandir as fronteiras da produtividade e atingir a excelência no atendimento aos clientes. Acompanhar estas mudanças e liderar o processo de transformação necessário para aperfeiçoamento da capacitação logística é um dos maiores desafios dos executivos de topo das organizações vencedoras.

Podemos afirmar que em tempos de globalização e de alta competitividade empresarial, a logística, hoje em dia, é sem sombra de dúvidas o grande diferencial em termos de gestão administrativa.
Em outros tempos, havia uma forma diversa de se administrar, bem mais empírica, com a qual as empresas sequer tomavam conhecimento de pontos que hoje são de vital importância e imprescindíveis, tais como, prazos a cumprir, qualidade, inovação tecnológica e a apuração real de seus custos logísticos.
Com o passar do tempo, e em função do crescimento da sociedade de consumo, as empresas descobriram que os consumidores tornaram-se cada vez mais exigentes em relação aos pontos já citados, e principalmente com os preços com que os produtos chegam aos pontos de venda.

E, é com esse objetivo de se poder atender cada vez melhor essa massa de consumidores, que as empresas passaram a dar maior valor à logística, bem como a esse profissional.
A importância que se tem atribuído à área da logística, deve-se ao fato das empresas estarem investindo cada vez mais nos seus Centros de Distribuição, Construção ou Readequação, Layouts, Equipamentos de Movimentação e Armazenagem, Softwares de Gestão, Softwares de Roteirização, Hardwares, bem como em consultoria, com o objetivo de tornarem-se empresas altamente competitivas, com baixos custos e uma maior lucratividade.
Com o mundo cada vez mais exigente, as empresas passaram a dar um valor bem maior à logística, pois ela é a responsável pela permanência no seu mercado de atuação, em virtude de poderem administrar melhor os seus custos de matérias - prima ou produtos, transportes, produção e estocagem bem como de seus prazos de entrega.

BIBLIOGRAFIA
1. MERLI, G. (1994); Comakership - A Nova Estratégia para os Suprimentos. - Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 1994, 249 p.;
2. BALLOU, Ronald H.; Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T. Y. Yoshizaki. - São Paulo: Atlas, 1993;
3. Christopher, Martin; Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para redução de custos e melhoria dos serviços; tradução Francisco Roque Monteiro Leite; supervisão técnica Carlos Eduardo Nobre. - São Paulo: Pioneira, 1997;
4. Outras fontes: http:// www.estadao.com.br

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