07/11/2011

Os Sociólogos da Administração

INTRODUÇÃO 
Este trabalho foi uma crítica ao pensamento dos sociólogos estudados em sala de aula. Como Augusto Comte, Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber.
Augusto Comte, que foi considerado o pai da sociologia, elaborou a teoria do positivismo, Darwinismo Social e Organicismo.
Para Comte, a estática social corresponde à ordem harmônica, e a dinâmica ao desenvolvimento, concebido como movimento em direção ao progresso.
Émile Durkheim elaborou a teoria do fato social e o conceito de anomia.
Durkheim elabora regras visando à explicação dos fatos sociais e ao estabelecimento de provas sociológicas.
Para Karl Marx e Engels a história da humanidade tem sido a história da luta de classes, ou seja, a luta entre patrícios e plebeus na sociedade romana, senhores feudais e servos da gleba na sociedade medieval, burgueses e proletariados na sociedade capitalista.
Segundo essa doutrina, caberia à classe operária o papel histórico de transformar revolucionariamente a sociedade capitalista, através do estabelecimento da ditadura do proletariado e da supressão da propriedade privada.
Max Weber deu uma orientação compreensiva, conceituando subjetivamente a ação social, buscando-se em critérios internos dos indivíduos participantes e no fato dos seres humanos serem conscientes de suas ações.
Esses sociólogos foram importantes em suas épocas e acrescentaram muitas idéias e teorias no estudo da sociologia. 

Pressuposto Teórico
Augusto Comte (1798 – 1857) 
Augusto Comte, foi considerado o pai da sociologia.
Para ele, a estática social corresponde à ordem harmônica, e a dinâmica ao desenvolvimento, concebido como movimento em direção ao progresso.
Sua lei dos três estádios, amplamente conhecida, concebe a humanidade como evoluindo através de etapas de cunho teológico, metafísico e positivista, esta última representando o ideal supremo a ser alcançado, mediante a aplicação de métodos empíricos baseados na experimentação, na observação e na comparação.
O período que segue à obra dos precursores pode ser denominado período clássico do organicismo positivista e apresenta duas características principais: uma etapa onde a influência da biologia é mais forte e uma outra n qual predomina a preocupação pelo rigor metodológico e pela objetividade da nova disciplina
O organicismo de cunho biológico, desenvolvido sob fortes influencias da biologia do séc. XIX (C. Darwin), considera a sociedade como uma organismo biológico em sua natureza, funções, origem, desenvolvimento e variações.
O Darwinismo social concebe a sociedade humana como produto da luta pela existência cujo resultado é a sobrevivência dos mais bem dotados.
A sua obra se fundamentou também no estado de caos em que se encontrava a sociedade européia após a Revolução Industrial. Para ele, "para haver coesão e equilíbrio na sociedade, seria necessário restabelecer a ordem nas idéias e nos conhecimentos, criando um conjunto de crenças comuns a todos os homens". Acreditava que um conjunto dentro da sociedade levaria à sua organização. Ligou a nova ciência, Sociologia, com o positivismo, denominando-a inicialmente de "Física – Social".
Comte admitia que a latente sociedade industrial necessitava passar por algumas mudanças, que deveriam ser comandadas pelas industrias e cientistas, para que o progresso pudesse aparecer de uma forma gradual, como consciência da ordem instalada. A Sociologia, ao estudar e explicar os acontecimentos da sociedade, seria o ela que ligaria a "ordem" da sociedade ao "Progresso". 

Émile Durkheim (1858 - 1917)
Durkheim vivenciou um período de crises econômicas, que provocaram conflitos constantes entre as classes trabalhadoras e os proprietários dos meios de produção. As idéias socialistas surgiram, justificando a partir dos fatos econômicos, as crises sofridas pelas sociedades européias. Durkheim discordava dessas idéias, acreditando que os problemas da sociedade eram muito mais "morais" do que econômicos, e que ocorriam devido à fragilidade da época.
Considerava a sociedade como um sistema formado pela associação de indivíduos e com características próprias e que esta, ao transmitir a cultura ao seus componentes, inculcava crenças e práticas sociais. Via na sociedade "o fim e a fonte da moral". Encarava a moral como "social", em números sentidos. Para ele a divisão do trabalho propiciava pela nova formação industrial, procurava muito mais a uma interdependência, do que aos conflitos sociais.
Acreditava que a ciência poderia, através de suas investigações, encontrar soluções para os problemas da época. A Sociologia deveria se ocupar dos fatos sociais. Fato social, em sua opinião, consistia em "toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter".
A função da Sociologia seria buscar soluções para os problemas sociais, favorecendo assim a normalidade da sociedade, convertendo-se em técnica de controle social e manutenção do poder vigente.
Durkheim também considera a sociedade sob forma dicotômica, segundo o tipo de solidariedade vigente, que pode ser mecânica e orgânica. Em oposição à idéia de solidariedade social, que supõe um estado de integração ideológica coletiva, o autor elabora o conceito de anomia, que supõe um estado de confusão, insegurança e falta de normas. Em sua obra, delineiam-se então os conceitos de normal e patológico, que bem refletem a preocupação de Durkheim em elaborar regras visando a explicação dos fatos sociais e ao estabelecimento de provas sociológicas.

Karl Marx (1818 - 1883)
Elaborou um pensamento sociológico crítico, através de estudos sobre as relações sociais e o modo de produção capitalista, ligando esses fatores as mudanças sociais capazes de provocar a transformação da sociedade.
A partir do pensamento socialista, surgiu, portanto, um pensamento sociológico altamente crítico e negador da sociedade capitalista. Marx e Engels, em suas lutas políticas, buscaram explicar a sociedade como um todo, colocando em evidência suas dimensões globais.
O pensamento socialista evidenciava a desigualdade social existente na sociedade capitalista, cuja origem se encontrava na dominação exercida sobre a classe trabalhadora. Utilizava-se da teoria sobre o materialismo histórico, dialético, a teoria da mais-valia, a alienação e a luta de classes, para explicar como se processava essa dominação, apontando, a partir daí, uma saída para o proletariado. A teoria sobre o materialismo histórico se constituiu num fator de fundamental importância para a análise sociológica, uma vez que não se trata de determinação mecânica do econômico, mas de uma forma específica de tratamento da dominação da sociedade que evidencia a luta de classes como fenômeno político, colocando nas mãos dos homens o poder de condução da sociedade, e apontando o socialismo como fase de transição entre o capitalismo e o comunismo, com o objetivo de se obter uma sociedade sem classes e sem conflitos sociais.
Marx procurou esclarecer os condicionamentos históricos da desigualdade social e da dominação nas sociedades, identificando o capitalismo como marcado pela posse da riqueza econômica, distinguindo os donos dos meios de produção, dos que nada possuem além da sua força de trabalho. O pensamento marxista revelou a historicidade do conhecimento e do ser humano, e da formação econômico-social, destacando que as sociedades humanas encontram-se em contínua transformação da sociedade e que os conflitos e as contradições existentes entre as classe sociais constituem o motor da história.
Ao explicar as relações que os homens estabelecem entre si na sociedade, a teoria social elaborada por Marx e Engels vai fornecer a sociologia subsídios fundamentais para análise das funções do estado, da ideologia, da alienação (onde o trabalhador vende a sua força de trabalho para os donos dos meios de produção) e compreensão das relações que são estabelecidas entre as classes sociais. Dessa forma, a sociologia assume a função de realizar a crítica da sociedade capitalista, e se compromete com a construção de uma nova ordem, baseada na igualdade. 

Max Weber (1864 - 1920)
Procurou dar uma orientação compreensiva, conceituando subjetivamente a ação social, baseando-se em critérios internos dos indivíduos participantes e na fato dos seres humanos serem diretamente conscientes de suas ações. Definiu como objeto da sociologia a AÇÃO SOCIALatribuindo-lhe um caráter subjetivo.
Weber criou um método de comparações para o estudo da realidade social. Suas análises sociólogas foram realizadas a partir da comparação de coisas humanas; comparou o desenvolvimento das Sociedades Orientais e Ocidentais buscando semelhanças em situações históricas semelhantes. Construiu conceitos que servem de instrumentos metodológicos para medir a realidade, chamando-os de "tipos ideais".
"Weber lutou pela efetiva separação entre conhecimentos empíricos e julgamento valorativo; entre o conhecimento particular e unilateral e todas as modalidades de captação da totalidade; entre realidade empírica e essência do ser"
O conhecimento empírico pode fornecer meios capazes para implementar ou impedir o alcance dos fins propostos, e identificar como a linha de ação é afetada por outros valores. Mas não se pode generalizar o valor ou o fim. O conhecimento empírico, bem como a valorização, repousam uma cuidadosa separação de ambos.
Para Weber, a sociologia é uma ciência que tem por objetivo compreender claramente a conduta humana,fornecendo explicações das causas e conseqüências de sua origem. Para ele são as atitudes que explicam a conduta social; assim, torna-se necessário pesquisar a natureza e a operação desses fatores, levando-se em consideração se estas atitudes são afetadas ou modificadas por motivos e ações de outros indivíduos. A conduta social seria o caminho para a compreensão da situação social e o entendimento das intenções significativas de indivíduos em suas relações com outros na sociedade, sendo seu objetivo a compreensão da conduta social.
Weber considerava que a AÇÃO SOCIAL podia ser:
  • Racional, visando aos fins: que consiste em agir conforme expectativas em relação à conduta de outros homens ou objetos. Age racionalmente aquele que avalia a sua ação de acordo com os fins, meios e conseqüências.
  • Racional, visando aos valores: onde a ação é direcionada em função de valores (éticos,estéticos,religioso, etc...), Próprios de condutas específicas, sem nenhuma relação com o resultado. O sentido da ação reside na própria ação.
  • Afetiva, ou conduta emocional: determinada por estados afetivos ou sentimentais. Também se baseia na própria ação, e não no resultado.
  • Tradicional: determinada pelos costumes, pelas ações cotidianas.
A ação social real é mesclada dos caracteres gerais dos tipos apresentados.
Weber colocou o fenômeno da racionalidade como de fundamental importância para o entendimento do mundo moderno, apresentando-a como o caráter fundamental do estilo de vida ocidental. A racionalização promove um sistema de dependência entre os indivíduos, levando-os à mecanização, não somente na economia, como na ciência. A parir de estudos sobre a racionalização da sociedade moderna, Weber estabeleceu uma ligação entre racionalidade e a liberdade e auto-responsabilidade dos indivíduos na sociedade. Realizou estudos sobre dominação, apresentando os diferentes motivos de existência da obediência, evidenciando que a natureza dos motivos de aceitação que determina os tipos de dominação existentes, e que cada tipo diferencia-se dos demais em função de sua "legitimidade".
Os estudos de Weber consistem numa contribuição muito importante à pesquisa sociológica, abordando temas mais variados como o direito, a economia, a história, a religião, a política, a arte e a musica. Procurou conhecer a eficiência e a precisão das empresas organizadas racionalmente. Ao contrário de Karl Marx, Weber via no capitalismo a expressão da modernização e a forma de racionalização do homem moderno. 

Crítica em defesa de Weber:
Weber x Comte
(Idealismo x Positivismo)
Weber afirma que a pesquisa histórica é essencial para a compreensão da sociedade. A pesquisa feita por coleta de documentos e no esforço interpretativo das fontes, permite o entendimento das diferenças sociais que seriam através da história e que se consegue interpretar uma história de gênero e de formação. Weber nega a evolução da sociedade e respeita a particularidade de cada sociedade histórica.
Comte apenas diz que a história é o processo universal de evolução da humanidade, cujo, estágios o cientista pôde perceber pelo método comparativo, capaz de aproximar a sociedade humanista de todos os tempo e lugares.

Weber x Durkheim
(Ação social x Fato Social)
Weber define a Ação Social como uma conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de um significado adjetivo dado por quem o executa, o qual orienta seu próprio comportamento, tendo em vista a ação – passada, presente ou futura – de outro ou de outros que, por sua vez, podem ser "individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos". Weber constrói quatro tipos de ação social, são elas: ação racional com relação a fins, ação racional com relação a valores, a ação afetiva e a ação tradicional.
Durkheim considera que o fato social é "toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda; que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter". 

Weber x Marx
(Divisão do poder na comunidade: Classes, Estamentos, Partidos x Infra-estrutura e superestrutura) 
A concepção de sociedade construída por Weber implica numa separação de esferas – como, por exemplo, a economia, a política, a jurídica, a social, a cultural – com lógicas autônomas de funcionamento. Para Weber, o agente individual, verdadeira unidade da análise sociológica, é a única entidade capaz de conferir significado às suas ações, as quais, por sua vez, estão referidas a um das esferas que compõem a sociedade e segundo padrões específicos daquela esfera. Mas esse agente individual é também capaz de combinar, em sua ação, sentidos referenciados à esferas distintas.
Marx divide a sociedade em infra-estrutura e superestrutura, onde a infra-estrutura é todos os elementos responsáveis pela produção das condições materiais do indivíduo, pertencem à infra-estrutura de uma sociedade, e a superestrutura é todos os elementos responsáveis pelas idéias, leis, etc..., para criar uma sociedade mais organizada. 

CONCLUSÃO 
Weber foi, sem dúvida alguma, um dos mais destacados teóricos econômicos e sociólogos de todos os tempos, dentro da sua produção numerosa de obras acerca da natureza das instituições humanas, a mais conhecida é "Economia e Sociedade".
Weber definiu a organização como "sistema de atividade contínua e intencional de um tipo especificado, além de uma organização dotada de personalidade jurídica ser uma relação social associativa caracterizada por um quadro administrativo que se dedica a essa atividade contínua e intencional". O autor distinguiu as organizações com base em como elas empregam a autoridade e o poder. Assim, uma parte central de burocracia de Weber é constituída pelos seus conceitos de poder, autoridade e legitimidade. A observação dos comportamentos observados pelo poder e pela autoridade levou Weber a descrever três tipos de autoridade – a autoridade tradicional, a carismática e a racional-legal ou burocrática. Esses tipos de organização não são mutuamente excludentes, podendo-se encontra-los numa mesma organização, dependendo do estilo individual dos administradores.
Para Weber, a burocracia é claramente o padrão mais eficiente para a administração.

BIBLIOGRAFIA
LIVROS: Título
Introdução as ciências sociais
Autor:
Nelson Carvalho Marcellino
Editora:
Papirus
Ano da Publicação:
1991

LIVROS: Título
Enciclopédia Britânica
Editora:
Encyclopedia Britannica do Brasil Publicações
Ano da Publicação:
1976
Volume:
19

LIVROS: Título
Introdução ao Estudo da Administração
Autor:
Kil Hyang Park
Editora:
Pioneira
Ano da Publicação:
1997
Xerox e conteúdo dado em sala de aula pelo Profº Vitor (Sociologia)

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