01/08/2007

DESAFIOS DA GERêNCIA DO AGRONEGóCIO.


A princípio, nos parece bastante óbvia a idéia de que o mundo, hoje, gira, basicamente, no sentido da mudança que sinaliza: maior conforto, maior agilidade, maior destreza e maior flexibilidade nos contatos interpessoais. Consequentemente, instala-se uma mudança de mentalidade na cabeça de todo e qualquer colaborador. Sua lealdade à organização ganha novo desenho. Sua fidelidade está voltada à eficácia da execução da tarefa, mas não enquanto tarefa pura e simples, mas principalmente na aplicação de sua criatividade e no de¬senvolvimento da mesma.
A valorização das competências do empregado deverá ganhar destaque. Todo e qualquer empregado deverá ser visto como candidato natural à auto-realização. As relações entre empresas, colaborando entre si para maior ajuste de seus produtos e serviços, bem como as relações entre empregados – procurando estabelecer a ajuda mútua aos seus problemas comuns –, farão parte da qualidade global, criando a noção de parceria e envolvimento de todos com os vários negócios.
A gerência moderna deverá enfrentar – nesse novo milênio – uma mudança cultural que mexerá com os valores, costumes, paradigmas e, consequentemente, com o comportamento do homem.
Com o cenário diferenciado, não bastará mais orientar o subordinado na execução eficaz da tarefa. O prioritário será a preparação de homens que possam ser parceiros de um negócio, envolvidos com os lucros e preocupados com os prejuízos das organizações. Este, certamente, será um outro tempo que terá o desenvolvimento do indivíduo como principal foco de qualquer negócio.
O papel de supervisor, historicamente falando, evoluiu no sentido de isolar na organização aqueles mais capacitados a exercerem o poder ine¬rente a cada cargo na estrutura hierár¬quica. Portanto, foram sendo criados e abrigados rias empresas pessoas (gerentes) com posturas semelhantes de ação. Devido à forte influência do movimento mecanicista (tayloriano), que valorizava mais o sistema do que a colaboração humana, instalou-se, inevitavelmente, na organização uma escola de gerência autoritária – com o poder centralizado na figura do chefe. Esse sistema, logicamente, de¬verá ser extinto, por ser individualista e extremamente centralizador – deixando de lado todo o potencial criativo do subordinado. A coordenação terá um papel de educar, onde o ambiente de trabalho seja saudável – com espaço para que todos possam falar e agir livremente – a relação interpessoal seja sempre voltada ao atendimento integral do cliente e às necessidades específicas do negócio.
Educação e conscientização serão pa¬lavras que nortearão o trabalho de exe¬cutivos e seguidores. Para esse milênio, poderemos retomar o conceito de lide¬rança, pois será possível, com certeza, a identificação, por parte dos seguidores, dos líderes naturais e autênticos, capazes de tornar a relação de trabalho estimulante, prazerosa e realizadora.

Em função desse novo executivo, cuja ação estará voltada para estimular a potencialização e maximização da ca¬pacidade criativa do homem, terá mais sentido e lógica falar-se de participação nos lucros e, também, na distribuição de responsabilidades atreladas ao suces¬so do negócio. Será possível dispor de uma escala hierárquica mais enxuta, favorável a um crescimento uniforme e acessível a todos aqueles que farão do trabalho um ato de criação constante.
Uma administração focada nos resultados permitirá projetar um fu¬turo de igualdade salarial. Pode-se espe¬rar, no entanto, que a participação do tra¬balhador no lucro da organização seja, portanto, expressiva e altamente estimu¬lante à manutenção de uma conduta consci¬ente, responsável e profissional. Essa re¬muneração se dará de forma variável e alcançará aqueles que lutaram e foram parcialmente responsáveis pelo êxito operacional e financeiro do organização.
À medida que a era da qualidade for introduzindo mudanças estruturais, as empresas que já têm alcance para per¬ceber esse processo de mudanças e que, por isso já se empenham em educar seus executivos nessa linha, colocar-se-ão bem distantes daquelas que ainda não se aperceberam da urgência de ado¬tarem mudanças vitais que lhes garan¬tirão lugar no terceiro milênio. A capaci¬dade de antever as mudanças, median¬te a captação de sinais emitidos por um mundo em transição, é fundamental pa¬ra facilitar o processo de adaptação aos novos tempos que emergirão. Empre¬sas e executivos que não se ligarem nisso, estarão correndo sério risco.
O gerente que está por vir, ao invés de impor sua autoridade sobre seus comandados, será capaz de transferi-la àqueles que demonstrem capacidade. A relação de subordinação será um ato natural: sem criar desgastes, frustrações, agressões e, principalmen¬te, omissões.
A participação no trabalho será mais ativa, propiciando maior aceitação da relação gerente-subordinado. Os talen¬tos poderão desenvolver-se em favor da empresa. Cada empregado passará a assumir riscos, não por imposição, mas por um sentimento de desejo impreg¬nado de motivação. Aceitar desafios e enfrentá-los fará do trabalhador um ser consciente, estimulando-o a dar o me¬lhor de si no cumprimento das suas ta¬refas. Os grandes problemas de relacio¬namento hoje existentes desaparecerão.
Um sistema de comuni¬cação haverá de ser criado, a fim de colocar ao alcance de todos informações básicas ligadas às conquistas, aos obje¬tivos e aos rumos da organização. Os pilares, ou linhas de atuação, serão do domínio de todos e, não, prerrogativa da cúpula. O sucesso de cada indivíduo não mais estará em descompasso com o crescimento da organização.
Estes, certamente, serão alguns dos principais desafios que estarão presentes no novo cenário da Gerência Moderna.


Técncio de Nível Superior II - EMBRAPA/CPATC

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