18/04/2013

Bolsas de Valores


As Bolsas, criadas na Europa do século XII, centralizam as operações do chamado mercado de capitais – ou seja, são uma espécie de feira onde se realiza a compra e venda de ações, títulos que representam pequenas parcelas do capital de uma empresa. “Para entrar nesse mercado, as companhias abrem seu capital, dividindo seu valor em milhares ou milionésimas partículas. Assim, quem adquire uma dessas frações torna-se um pouco dono da empresa”, afirma o economista José Roberto Securato, da Universidade de São Paulo (USP). Esses títulos são negociados pelas corretoras de ações. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), por exemplo – a maior da América Latina, com cerca de 400 operadores e um movimento diário de mais de 400 milhões de reais. é formada por 140 corretoras, que incessantemente vendem e compram ações, a pedido de seus clientes, no pregão – como é chamado o salão de negociações.
Quem deseja investir na Bolsa, mas não é especialista, pode recorrer aos fundos de ações, que administram carteiras de títulos em nome de pequenos investidores. Para garantir a segurança das operações, a instituição é subordinada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – entidade pública gerida por recursos próprios, mas vinculada ao Ministério da Fazenda e sujeita à fiscalização do governo – a quem cabe disciplinar e controlar o mercado de capitais. O preço das ações inicialmente é fixado pela CVM, mas oscila a cada momento, de acordo com a percepção que o mercado tem daquela empresa. A arte de investir na Bolsa se resume no clichê “comprar na baixa e vender na alta” – o que significa acompanhar atentamente a complexa rede de influências que rege essa valorização flutuante dos títulos e que vai desde o desempenho da companhia em particular às tendências mercadológicas globais.
“O mercado de capitais é extremamente sensível a todo e qualquer acontecimento, seja uma votação no Congresso brasileiro, seja um atentado terrorista como o ocorrido em Nova York”, diz José Roberto. Ao fim do dia, as quedas e elevações nas cotações compõem o Índice Bovespa (Ibovespa), uma média do desempenho das ações das companhias mais negociadas, considerado o termômetro do mercado financeiro nacional. De maneira semelhante, a Bolsa de Nova York – a maior de todas, chegando a movimentar 40 bilhões de dólares por dia – produz o famoso índice Dow Jones, referência das mais importantes para a economia mundial.
Anatomia de um pregão
Flagrantes de um dia típico em uma Bolsa de Valores
Central de informações
Monitores e painéis são atualizados a todo instante com a cotação das ações e o noticiário econômico, fornecido por agências nacionais e internacionais

Balconista transmissor
Atrás do balcão, fica o chamado controller de posto. Ele recebe dos operadores os boletos que registram os negócios recém-fechados e transmite os dados dessas operações por leitura óptica

A cor do aspirante
O jaleco amarelo distingue os trainees, ajudantes dos operadores – até o dia em que se tornam um deles

Fofoqueiro profissional
O uniforme cinza identifica os chamados papagaios, funcionários da Bolsa que circulam pelo salão de ouvidos atentos às ofertas feitas pelos operadores. Portando telefones, eles repassam essas informações ao sistema online que atualiza as cotações

Bolsa online
Através das janelas do mezzanino, vê-se o chamado pregão eletrônico, uma inovação da era da informática. Com esse sistema, operadores e corretoras credenciadas negociam ações diretamente pela internet

Vigilância permanente
Por motivos de segurança, toda a sala do pregão é monitorada por um circuito interno de televisão. Câmeras de vídeo gravam todas as sessões da Bolsa

Ciranda financeira
Rodas de operadores são formadas para negociar em separado as ações de uma única empresa. É nesses círculos que eles fazem o pregão, anunciando aos berros o preço a que estão comprando ou vendendo e a quantidade de títulos que desejam ou de que dispõem
Ranking mundial
Volume médio diário negociado nas principais Bolsas de Valores do mundo
Bolsa - Bolsa de Nova York
Valor Negociado (em bilhões de dólares) - U$ 41,561

Bolsa - Nasdaq

Valor Negociado (em bilhões de dólares) - U$ 40,573
Bolsa - Londres

Valor Negociado (em bilhões de dólares) - U$ 18,829

Bolsa - Paris

Valor Negociado (em bilhões de dólares) - U$ 13,959

Bolsa - Tóquio

Valor Negociado (em bilhões de dólares) - U$ 6,956

Bolsa - Frankfurt

Valor Negociado (em bilhões de dólares) - U$ 5,923

Bolsa - Madrid

Valor Negociado (em bilhões de dólares) - U$ 3, 242

Bolsa - Taiwan

Valor Negociado (em bilhões de dólares) - U$ 1,376

Bolsa - São Paulo

Valor Negociado (em bilhões de dólares) - U$ 0,266
Homem-chave
O pivô das negociações é o operador, que representa no salão as corretoras responsáveis pela comercialização dos títulos
Linha direta
Os telefones vermelhos integram um sistema privativo de comunicação, com 6 500 ramais espalhados pelo Brasil e o resto do planeta. Eles são uma ferramenta básica do operador, que tem de permanecer em contato constante com a corretora, de onde vêm os pedidos dos clientes

Papel passado
O boleto, que lembra um volante de loteria, é o termo de compromisso entre comprador e vendedor. Fechado o negócio, esse comprovante é entregue no balcão de controle

Código gestual
Os operadores gritam o preço a plenos pulmões, para que todos os colegas possam participar da negociação. Além disso, se comunicam por gestos. O código é simples: quando está comprando, movimenta o braço na direção do corpo; quando está vendendo, faz o movimento inverso
Fontes: 
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
Corretora Ágora 
Faculdade de Engenharia Industrial (FEI)
Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
XP Investimentos 

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