As Bolsas, criadas na Europa do século XII, centralizam as operações do
chamado mercado de capitais – ou seja, são uma espécie de feira onde se realiza
a compra e venda de ações, títulos que representam pequenas parcelas do capital
de uma empresa. “Para entrar nesse mercado, as companhias abrem seu capital,
dividindo seu valor em milhares ou milionésimas partículas. Assim, quem adquire
uma dessas frações torna-se um pouco dono da empresa”, afirma o economista
José Roberto Securato, da Universidade de São Paulo (USP). Esses títulos
são negociados pelas corretoras de ações. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa),
por exemplo – a maior da América Latina, com cerca de 400 operadores e um
movimento diário de mais de 400 milhões de reais. é formada por 140
corretoras, que incessantemente vendem e compram ações, a pedido de seus
clientes, no pregão – como é chamado o salão de negociações.
Quem deseja investir na Bolsa, mas não
é especialista, pode recorrer aos fundos de ações, que administram
carteiras de títulos em nome de pequenos investidores. Para garantir a
segurança das operações, a instituição é subordinada à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) – entidade pública gerida por recursos próprios, mas
vinculada ao Ministério da Fazenda e sujeita à fiscalização do governo – a quem
cabe disciplinar e controlar o mercado de capitais. O preço das ações
inicialmente é fixado pela CVM, mas oscila a cada momento, de acordo com a
percepção que o mercado tem daquela empresa. A arte de investir na Bolsa se
resume no clichê “comprar na baixa e vender na alta” – o que significa
acompanhar atentamente a complexa rede de influências que rege essa valorização
flutuante dos títulos e que vai desde o desempenho da companhia em particular
às tendências mercadológicas globais.
“O mercado de capitais
é extremamente sensível a todo e qualquer acontecimento, seja uma votação
no Congresso brasileiro, seja um atentado terrorista como o ocorrido em Nova
York”, diz José Roberto. Ao fim do dia, as quedas e elevações nas cotações
compõem o Índice Bovespa (Ibovespa), uma média do desempenho das ações das
companhias mais negociadas, considerado o termômetro do mercado financeiro
nacional. De maneira semelhante, a Bolsa de Nova York – a maior de todas,
chegando a movimentar 40 bilhões de dólares por dia – produz o famoso índice
Dow Jones, referência das mais importantes para a economia mundial.
Anatomia
de um pregão
Flagrantes
de um dia típico em uma Bolsa de Valores
Central de informações
Monitores e painéis são atualizados a
todo instante com a cotação das ações e o noticiário econômico, fornecido por
agências nacionais e internacionais
Balconista transmissor
Atrás do balcão, fica o chamado
controller de posto. Ele recebe dos operadores os boletos que registram os
negócios recém-fechados e transmite os dados dessas operações por leitura
óptica
A cor do aspirante
O jaleco amarelo distingue os trainees,
ajudantes dos operadores – até o dia em que se tornam um deles
Fofoqueiro profissional
O uniforme cinza identifica os chamados
papagaios, funcionários da Bolsa que circulam pelo salão de ouvidos atentos às
ofertas feitas pelos operadores. Portando telefones, eles repassam essas
informações ao sistema online que atualiza as cotações
Bolsa online
Através das janelas do mezzanino, vê-se
o chamado pregão eletrônico, uma inovação da era da informática. Com esse
sistema, operadores e corretoras credenciadas negociam ações diretamente pela
internet
Vigilância permanente
Por motivos de segurança, toda a sala
do pregão é monitorada por um circuito interno de televisão. Câmeras de
vídeo gravam todas as sessões da Bolsa
Ciranda financeira
Rodas de operadores são formadas para
negociar em separado as ações de uma única empresa. É nesses círculos que
eles fazem o pregão, anunciando aos berros o preço a que estão comprando ou
vendendo e a quantidade de títulos que desejam ou de que dispõem
Ranking
mundial
Volume
médio diário negociado nas principais Bolsas de Valores do mundo
Bolsa - Bolsa de Nova York
Valor Negociado (em bilhões de dólares)
- U$ 41,561
Bolsa - Nasdaq
Valor Negociado (em bilhões de dólares)
- U$ 40,573
Bolsa - Londres
Valor Negociado (em bilhões de dólares)
- U$ 18,829
Bolsa - Paris
Valor Negociado (em bilhões de dólares)
- U$ 13,959
Bolsa - Tóquio
Valor Negociado (em bilhões de dólares)
- U$ 6,956
Bolsa - Frankfurt
Valor Negociado (em bilhões de dólares)
- U$ 5,923
Bolsa - Madrid
Valor Negociado (em bilhões de dólares)
- U$ 3, 242
Bolsa - Taiwan
Valor Negociado (em bilhões de dólares)
- U$ 1,376
Bolsa - São Paulo
Valor Negociado (em bilhões de dólares)
- U$ 0,266
Homem-chave
O
pivô das negociações é o operador, que representa no salão as corretoras
responsáveis pela comercialização dos títulos
Linha direta
Os telefones vermelhos integram um
sistema privativo de comunicação, com 6 500 ramais espalhados pelo Brasil e o
resto do planeta. Eles são uma ferramenta básica do operador, que tem de
permanecer em contato constante com a corretora, de onde vêm os pedidos dos
clientes
Papel passado
O boleto, que lembra um volante de
loteria, é o termo de compromisso entre comprador e vendedor. Fechado o
negócio, esse comprovante é entregue no balcão de controle
Código gestual
Os operadores gritam o preço a plenos
pulmões, para que todos os colegas possam participar da negociação. Além disso,
se comunicam por gestos. O código é simples: quando está comprando,
movimenta o braço na direção do corpo; quando está vendendo, faz o movimento
inverso
Fontes:
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
Corretora Ágora
Faculdade de Engenharia Industrial (FEI)
Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
XP Investimentos
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
Corretora Ágora
Faculdade de Engenharia Industrial (FEI)
Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
XP Investimentos
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