21/08/2006

"AMOR MAIÚSCULO"


Um homem de idade já bem avançada veio à Clínica onde trabalho, para fazer um curativo na mão ferida. Estava apressado, dizendo-se atrasado para um compromisso, e enquanto o tratava perguntei-lhe sobre o motivo da pressa. Ele me disse que precisava ir a um asilo de anciãos para, como sempre, tomar o café da manhã com sua mulher que estava internada lá. Disse-me que ela já estava há algum tempo porque tinha um Alzeimer bastante avançado. Enquanto acabava de fazer o curativo, perguntei-lhe se ela não se alarmaria pelo fato de ele estar chegando mais tarde. Não, ele disse. Ela já não sabe quem eu sou. Faz quase cinco anos que não me reconhece. Estranhando, lhe perguntei: Mas se ela já não sabe quem o senhor é, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs? Ele sorriu e dando-me uma palmadinha na mão, disse: É. Ela não sabe quem eu sou, mas eu contudo sei muito bem quem é ela. Meus olhos lacrimejaram enquanto ele saía e eu pensei: Essa é a classe de amor que eu quero para a minha vida.
Conclusão: O verdadeiro amor não se reduz ao físico nem ao romântico. O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é, do que foi, do que será e do que já não é mais.
(Desconheço autoria)

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