Paulo Renato Araújo
Ok. Tubo bem. Estamos na "Era do Conhecimento". Mas pergunta-se: são todos os setores da economia ou somente algumas empresas que estão vivenciando tal período? Na verdade, viajando pelo Brasil afora, percebo que temos empresas e empresas, se é que você me entende. Algumas, nitidamente, estão vivendo o período de Taylor... Outras, vivem a era da tecnologia, da internet e do investimento em talentos. É aqui onde quero me ater.
Afinal, o que é um talento? O que é preciso fazer para ser reconhecido como um talento? Será que para ser identificado como tal é necessário ter concluído um MBA em alguma universidade de primeira linha, falar fluentemente duas ou três línguas estrangeiras, e ainda, possuir uma significativa bagagem profissional no exterior? Não, definitivamente, não.
Logicamente, qualquer recurso voltado ao seu desenvolvimento, enfim, qualquer oportunidade que venha a aprimorar seu currículo devem ser aproveitados. Mas quero lembrar que existem talentos e talentos. Cada um com suas particularidades, potencialidades, seu modo de ser, sua receita própria criada a custo de muito trabalho. Diante disso, são as lideranças de hoje que precisam aprender a reconhecer e, principalmente, a desenvolver os talentos já existentes nas organizações. Ou será que somente a concorrência tem acesso aos talentos que tanto buscamos? Permita-me, caro leitor, contar uma pequena história ocorrida em uma grande empresa nacional para exemplificar que talentos existem nos lugares menos procurados... e mais despercebidos.
Dona Dalva - hoje com 36 anos e cinco filhos - começou a trabalhar como diarista em uma grande companhia de seguros, e logo foi contratada como Zeladora. Carteira assinada, benefícios, tudo, enfim, que aprendemos a relacionar com segurança e bom emprego lhe foi concedido. Manteve-se cinco anos no cargo e, em seguida, teve a oportunidade de trabalhar como Copeira. Mas essa condição não havia lhe deixado satisfeita. Dona Dalva sabia que podia ir mais longe.
Certo dia, então, contou-me que, apesar de sua discrição, o que realmente queria era trabalhar na área administrativa. No entanto, pensava consigo mesma “como uma copeira poderia ser promovida para tal departamento”. A despeito disso, sem saber, intuitivamente fez seu planejamento para subir na vida. Resultado: voltou a estudar e agora já terminou o primeiro grau. “Está ótimo, D. Dalva!” – interpretariam os olhares vizinhos. Pois ótimo que nada, revidaria Dona Dalva: agora ela quer terminar o segundo grau! E pararelamente a estes objetivos, começou a fazer o seu network, assim, meio que por acaso. Um almoço com o pessoal da administração ali; um bate papo aqui, uma conversinha acolá... “Ela sempre se mostrava curiosa e interessada em aprender o que o pessoal fazia lá”, contou-me sua atual supervisora.
Dona Dalva colheu os frutos do que plantou. O Gerente da Sucursal fazia questão de que participasse de todos os treinamentos comportamentais. E ela não hesitava em comparecer, aguardando sempre ansiosa os novos convites. Assim os dias se passaram... Para encurtar a história, a mesma Dona Dalva começou a se oferecer para realizar pequenos trabalhos administrativos em seus momentos de folga na copa. O Gerente começou a perceber o seu interesse, sua capacidade de organização, sua vontade de crescer, sua atitude pró-ativa e começou a pensar em dias melhores para sua funcionária. E o grande dia chegou.
Uma vaga para assistente administrativa foi aberta e eu nem preciso contar quem foi admitida. Agora, Dona Dalva está aprendendo a mexer no computador, já tem e-mail próprio, e, segundo sua supervisora, agilizou processos, aumentou a qualidade e produtividade do setor e é extremamente responsável.
Outro dia, perguntei a Dona Dalva qual era o segredo de seu talento, e ela me confidenciou:
- Vontade de crescer;
Ok. Tubo bem. Estamos na "Era do Conhecimento". Mas pergunta-se: são todos os setores da economia ou somente algumas empresas que estão vivenciando tal período? Na verdade, viajando pelo Brasil afora, percebo que temos empresas e empresas, se é que você me entende. Algumas, nitidamente, estão vivendo o período de Taylor... Outras, vivem a era da tecnologia, da internet e do investimento em talentos. É aqui onde quero me ater.
Afinal, o que é um talento? O que é preciso fazer para ser reconhecido como um talento? Será que para ser identificado como tal é necessário ter concluído um MBA em alguma universidade de primeira linha, falar fluentemente duas ou três línguas estrangeiras, e ainda, possuir uma significativa bagagem profissional no exterior? Não, definitivamente, não.
Logicamente, qualquer recurso voltado ao seu desenvolvimento, enfim, qualquer oportunidade que venha a aprimorar seu currículo devem ser aproveitados. Mas quero lembrar que existem talentos e talentos. Cada um com suas particularidades, potencialidades, seu modo de ser, sua receita própria criada a custo de muito trabalho. Diante disso, são as lideranças de hoje que precisam aprender a reconhecer e, principalmente, a desenvolver os talentos já existentes nas organizações. Ou será que somente a concorrência tem acesso aos talentos que tanto buscamos? Permita-me, caro leitor, contar uma pequena história ocorrida em uma grande empresa nacional para exemplificar que talentos existem nos lugares menos procurados... e mais despercebidos.
Dona Dalva - hoje com 36 anos e cinco filhos - começou a trabalhar como diarista em uma grande companhia de seguros, e logo foi contratada como Zeladora. Carteira assinada, benefícios, tudo, enfim, que aprendemos a relacionar com segurança e bom emprego lhe foi concedido. Manteve-se cinco anos no cargo e, em seguida, teve a oportunidade de trabalhar como Copeira. Mas essa condição não havia lhe deixado satisfeita. Dona Dalva sabia que podia ir mais longe.
Certo dia, então, contou-me que, apesar de sua discrição, o que realmente queria era trabalhar na área administrativa. No entanto, pensava consigo mesma “como uma copeira poderia ser promovida para tal departamento”. A despeito disso, sem saber, intuitivamente fez seu planejamento para subir na vida. Resultado: voltou a estudar e agora já terminou o primeiro grau. “Está ótimo, D. Dalva!” – interpretariam os olhares vizinhos. Pois ótimo que nada, revidaria Dona Dalva: agora ela quer terminar o segundo grau! E pararelamente a estes objetivos, começou a fazer o seu network, assim, meio que por acaso. Um almoço com o pessoal da administração ali; um bate papo aqui, uma conversinha acolá... “Ela sempre se mostrava curiosa e interessada em aprender o que o pessoal fazia lá”, contou-me sua atual supervisora.
Dona Dalva colheu os frutos do que plantou. O Gerente da Sucursal fazia questão de que participasse de todos os treinamentos comportamentais. E ela não hesitava em comparecer, aguardando sempre ansiosa os novos convites. Assim os dias se passaram... Para encurtar a história, a mesma Dona Dalva começou a se oferecer para realizar pequenos trabalhos administrativos em seus momentos de folga na copa. O Gerente começou a perceber o seu interesse, sua capacidade de organização, sua vontade de crescer, sua atitude pró-ativa e começou a pensar em dias melhores para sua funcionária. E o grande dia chegou.
Uma vaga para assistente administrativa foi aberta e eu nem preciso contar quem foi admitida. Agora, Dona Dalva está aprendendo a mexer no computador, já tem e-mail próprio, e, segundo sua supervisora, agilizou processos, aumentou a qualidade e produtividade do setor e é extremamente responsável.
Outro dia, perguntei a Dona Dalva qual era o segredo de seu talento, e ela me confidenciou:
- Vontade de crescer;
- Qualidade no serviço realizado;
- Procurar sempre colocar em prática o que é aprendido em cursos e treinamentos;
- Demonstrar interesse em aprender continuamente.Como vemos, todos nós temos talentos... Ora escondidos dentro de nós mesmos, ora não. Descubra, então, o seu. Pergunte-se: “O que gosto de fazer? O que eu gostaria de fazer realmente? Em que sou excelente?”. E siga, ainda, a lição de liderança exercida pelo Gerente da Sucursal: desenvolva-se e acredite nas pessoas que trabalham em sua empresa, que fazem parte do seu dia-a-dia. Reflita sobre tudo isso, enfim... Por vezes, o talento que procuramos está ao nosso lado. Será que em sua empresa não existe alguma Dona Dalva, somente esperando uma oportunidade para agregar valor à sua organização?
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