13/02/2015

CURIOSIDADES BRANCA DE NEVE A PSICANALISE POR TRÁS DA ADAPTAÇÃO


O conto “Branca de Neve” passou por diversas modificações desde que foi consolidado pelos Irmãos Grimm, algumas comprometendo a ideia inicial de ensinamento para as crianças. Além das mudanças encontradas no filme “Branca de Neve e os Sete Anões”, dos Estúdios Disney, as duas recentes adaptações “Espelho, Espelho Meu” e “Branca de Neve e o Caçador” possuem mudanças ainda mais drásticas. As análises e comparações aqui contidas tem como base o livro “A Psicanálise dos contos de fada”, de Bruno Bettelheim.
A madastra:
Essa é uma característica presente em todas as adaptações citadas. A madastra é ambiciosa, ciumenta e extremamente vaidosa. Por isso, trama acabar com a vida de Branca de Neve assim que seu espelho mágico lhe diz que a princesa tornou-se a mulher mais bonita. Pela psicanálise, é possível concluir que a madastra representa um eventual parente próximo que cultiva, por vezes inconscientemente, um ou mais sentimentos negativos pelo seu filho.
No caso do filme “Espelho, Espelho Meu”, ela não sente ciúmes do relacionamento de Branca de Neve com o rei, mas ambiciona o poder real. Contudo o sentimento negativo focado na princesa é explicito.
Em “Branca de Neve e o Caçador”, ela sente ódio de todos os homens. Ela não sente ciúmes da princesa com o rei, apenas a vê como um sangue útil no futuro. Seu objetivo é matar reis e conquistar reinos através da sua beleza.
O caçador:
Segundo a psicanalise do conto, o caçador é a figura masculina que substitui a presença do pai, representando a proteção. Contudo, não cumpre o desejo da rainha e nem concede a Branca de Neve a segurança que devia, deixando a menina na floresta sozinha.
No filme “Espelho, Espelho Meu”, o caçador não está presente. Quem é incumbido de matar Branca de Neve é um serviçal da rainha. Entretanto, como é esperado, ele não completa a missão e solta a princesa na floresta, alegando que o antigo rei sempre foi muito bondoso com ele. Do mesmo modo que o conto dos Grimm, o serviçal não mata a princesa, mas também não a protege dos perigos da floresta.
Já em “Branca de Neve e o Caçador”, o caçador possui o duplo papel de protetor e príncipe. Ele tenta abandonar a princesa diversas vezes, porém não o faz. Apresenta-se como um real companheiro, que estará lá para o que for necessário.
Anões:
É nesse momento que Branca de Neve passa a ter responsabilidades. No conto, os anões são pessoas trabalhadoras que acolhem a princesa desamparada. Segundo a psicanálise, eles representam a responsabilidade e a cautela frente aos perigos da adolescência. Isso é visível nos recorrentes pedidos que fazem à princesa para não abrir a porta para ninguém estranho enquanto eles estiverem fora de casa. No conto os anões não são caracterizados individualmente ou nomeados.
No filme “Espelho, Espelho Meu”, os anões não são trabalhadores, mas ladrões, além de possuírem nomes individuais. A ligação entre eles e Branca de Neve é bilateral, ou seja, não só Branca de Neve aprende com os anões como o inverso também acontece. Isso é mostrado no momento em que Branca de Neve concorda em ser uma ladra e juntar-se ao bando, porém a condição é que todo o dinheiro roubado seja da rainha e que retorne para o povo, este necessitado. Os anões concordam com a proposta e ensinam a princesa a lutar e se defender sozinha, o que torna a garota mais confiante de seus potenciais.
Em “Branca de Neve e o Caçador”, os anões também são ladrões e possuem nomes. A relação entre eles e a princesa é unilateral, porém ao contrário do conto: Branca de Neve é a esperança que eles encontram para salvar o reino.
Maçã Envenenada:
Segundo a psicanálise, a maçã envenenada do conto representa o erotismo, o fim da inocência e o começo da maturidade sexual. Ela é um presente da disfarçada madastra para a princesa, que cai na tentação de dar uma mordida na fruta e entra em sono profundo.
Em “Espelho, Espelho Meu”, a rainha usa de outros métodos para tentar matar Branca de Neve, como pedindo para que seu espelho mágico o faça ou através de uma fera na floresta. A maçã é a última tentativa da vilã antes do final do filme: ela entrega a fruta para a princesa no dia em que esta está se casando com o príncipe, porém Branca de Neve percebe a trama e não morde a maçã, oferecendo o primeiro pedaço para a madastra disfarçada. Essa mudança no enredo destrói a associação da fruta com o erotismo, pois a princesa já está casada no momento em que a maçã lhe é oferecida e mesmo assim não a come.
Em “Branca de Neve e o Caçador”, a maçã aparece no começo do filme, em uma brincadeira entre a princesa e seu amigo. Ele oferece a maçã para ela, porém a engana e a come. Essa cena mostra um futuro relacionamento amoroso dos dois já na infância. Depois, a verdadeira maçã envenenada é dada a princesa pela madastra, esta fantasia do antigo colega. Branca de Neve morde a maçã e morre.
Morte ou sono profundo:
A morte ou o sono profundo de um personagem dos contos de fada representam para a criança um momento em que certa pessoa está fora do caminho, porém será bem vinda em um segundo momento quando mostrar-se necessária, e é nessa situação que o personagem volta à vida. No conto, Branca de Neve entra em um sono profundo, que representa sua transferência para um estado mais avançado. Isso se comprova no momento em que o príncipe a beija e a princesa acorda, casando-se com ele em seguida. Ou seja, Branca de Neve alcança finalmente o estágio adulto.
Em “Espelho, Espelho Meu”, esse momento de sono profundo da princesa não acontece, e o beijo entre ela e o príncipe é para salvar este de um feitiço da madastra. Isso mostra que ela é muito mais independente e astúta do que a princesa do conto, portanto não passa por um processo de transformação tão denso. O único momento de retorno de personagem do estado da morte é o do rei, este transformado em uma fera e salvo pela princesa. O rei retorna justamente quando reino precisa de uma liderança, caracterizando um segundo momento.
Em “Branca de Neve e o Caçador”, a morte da princesa é um real momento de transição para ela. Foi depois de acordar com um beijo do caçador que Branca de Neve para de fugir da madastra e resolve juntar um exército para derrota-la. Essa é a cena em que a responsabilidade está fixando-se na princesa, e logo a vida adulta também: apenas ela pode matar a rainha, por isso não pode fugir do seu destino.
Conclusões finais:
As produções hollywoodianas não possuem a maioria das características do conto original, pois, na maioria das vezes, o foco desses filmes são apenas o entretenimento e o lucro. Contudo, essas duas adaptações mostram uma princesa muito menos inocente e mais corajosa e independente, características que são atualmente valorizadas nas mulheres. Esse discurso circulante da mulher independente está presente tanto na manifestação das feministas quanto na mídia atual, levando em consideração que muitas mulheres ultrapassaram a situação de donas de casa e são trabalhadoras competentes.
Em contato com os dois filmes, as meninas entendem que podem ser princesas no sentido de amáveis e bonitas, mas ao mesmo tempo também guerreiras, no sentido de trabalhadoras e dedicadas. Com isso, as garotas acreditam na própria força e astúcia, sem depender de um príncipe encantado para resolver todos os problemas.
Autor: Mariana de Arruda Miranda - Ciências da Linguagem II - 2013 

09/02/2015

O que é e o que faz um Coach?


O Coach é o profissional especializado no processo de Coaching. Pode ser considerado um treinador que assessora o cliente (coachee), levando-o a refletir, chegar a conclusões, definir ações e, principalmente, agir em direção a seus objetivos, metas e desejos. A essência do coaching está em fornecer suporte para uma pessoa mudar da maneira que deseja, assim como auxiliar a seguir a direção desejada. O coach não precisa ser um especialista na área de atuação de seu cliente. O coaching cria consciência, potencializa a escolha e leva à mudança.
Um profissional de Coaching deve ter conhecimentos em comportamento humano, mudança, negócios e principalmente em seu nicho de atuação. Em reuniões que são sessões sejam elas, semanais, quinzenais ou mensais o coach aplica técnicas, ferramentas e um questionamento poderoso para mobilizar seu cliente(coachee) a entrar em ação para atingir suas metas e acelerar os resultados em sua vida.
O Coach está focado em liberar o potencial e maximizar a performance dos indivíduos na vida pessoal e profissional.

A Diferença entre Administrador, Gestor, Empreendedor e Empresário


Administrador:
Seu objetivo principal ao desenvolver seu trabalho é a eficiência organizacional, Sua grande contribuição é a visão abrangente da organização e a definição de seis funções básicas:
1- Função técnica – que hoje é muita conhecida como área de produção, relaciona-se com aspectos de produção de bens e serviços.
2- Função Comercial – denominada nos dias de hoje função de marketing, relaciona-se com a compra, venda e permuta dos bens produzidos e consumidos pela empresa. Notem que a função de compra está incluída nessa função.
3- Função Financeira – ainda hoje mantendo essa mesma denominação, relaciona-se com a busca e gerenciamento dos recursos financeiros utilizados pela empresa.
4- Função Segurança – que nos dias de hoje está inserida na área de Recursos Humanos, tinha por atividade assegurar os bens das empresas e as pessoas envolvidas com a empresa ( acidente de trabalho).
5- Função Contábil – hoje essa função não constitui propriamente uma área dentro da empresa, mas uma atividade. Como hoje, na época a função também consistia em registrar as contas efetuadas, elaborar balanço e estatísticas.
6- Função administrativa – também hoje constitui uma atividade atribuída a todas as áreas da empresa, tem o caráter de coordenação das demais áreas. Fayol considerava essa atividade de integração da cúpula das demais funções.
Apesar de algumas diferenças de conceitos na visão da empresa como um todo, segundo Fayol, devemos admitir que nos dias de hoje pouca alteração houve nessa concepção. Há autores contemporâneos que ainda exploram essas idéias, ampliando-as com informações do ambiente externo, que na época eram desconhecidas.
A função do administrador é distribuída com outras funções essenciais, proporcionalmente entre a cabeça e os membros do corpo social da empresa. Para o melhor entendimento do que comporia essa função, ela foi dividida no que hoje denominamos processo administrativo e que Fayol definiu como atos administrativos e dividiu-os em cinco: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.
Enfim, a administração é mais Operacional.
Gestor:
O gestor detalha mais o funcionamento das estruturas adotadas e foca organizações que estão envolvidas em mercados que exigem alta velocidade na tomada de decisões e flexibilidade para reorganizar e atender as solicitações tanto internas como externas.
A partir desse ponto passa a discorrer das necessidades que as organizações demandam tais como, diversidade, velocidade de mudança, interdependência entre as unidades funcionais, as conexões de internet e a velocidade do ciclo do produto.
Essas necessidades resultam da evolução do mercado onde aparece também a migração do poder para as mãos do consumidor e a inter-relação com a evolução tecnológica. No caso da tecnologia, o autor mostra que no passado recente vários pontos de contato eram feitos com o cliente, mas de forma independente, utilizando sistemas de informação ou mesmo regras de atendimento sem uma inter-coordenação entre os recursos.
O Gestor mostra os benefícios, como também os custos dos processos laterais, e entre eles está à coordenação remota.
A Gestão é mais intelectual que operacional
Empreendedor:
Não podemos considerar empreendedora apenas aquela pessoa que tem um negócio próprio. Um atleta, um artista, um funcionário dentro da sua área, pode empreender e conseguir realizar mais do que a maioria das pessoas.
Os intrapreneurs (empreendedores internos) fazem a diferença entre o sucesso e o fracasso da empresa. O custo de se perder talentos empreendedores é maior que o da simples perda de um técnico qualificado ou de um elemento eficaz de uma área administrativa específica.
Uma pesquisa feita pela ONU – Organização das Nações Unidas levantou e agrupou algumas características que fazem a diferença entre uma pessoa empreendedora e uma que não possui este perfil. Com base nestas informações e reunindo técnicas dos melhores programas mundiais neste assunto.
Pesquisas como a da ONU demonstram que as diferenças estão no comportamento, não importando em que área as pessoas estão atuando. O intra-empreendedor já é um realizador, mas algumas falhas comportamentais limitam a capacidade de realização dele. Dentro de um programa de desenvolvimento intra-empreendedor, estas falhas são diagnosticadas e trabalhadas.
O espírito intra-empreendedor não é um atributo ensinável, porém como se trata de comportamento pode ser treinado e aprimorado. Para que o profissional possa desenvolver um espírito empreendedor é necessário que ele tenha aspectos em sua personalidade que sejam compatíveis com esse perfil. A importância dos profissionais empreendedores está no fato de que eles são os verdadeiros agentes de mudança nas empresas. É importante que os colaboradores não vejam a empresa como um “emprego”, mas tenham o perfil de dono de um negócio. A postura de dono de negócio é a chave para o sucesso de nossa empresa. Respeitamos cada colaborador como se fosse dono de seu pequeno negócio, dentro de nosso grande negócio. O Intra-empreendedorismo é fundamental para isto.
Seguem algumas características que diferenciam os funcionários empreendedores:
a) Tem visão sistêmica: não tem olhos apenas para o seu departamento, mas consegue visualizar a companhia como um todo. • Atribui significado pessoal a tudo o que faz: tanto pelo trabalho como pela empresa onde atua. Isso inclui acreditar no negócio e ter a sensação de que a experiência está valendo a pena.
b) Tem capacidade de implementar as idéias: implanta projetos com começo, meio e fim. Não basta ser um poço de idéias, é preciso implementá-las. • É persistente: faz de tudo para que os projetos e negócios dêem certo. Tem capacidade de encontrar saídas para obstáculos que apareçam.
c) É pró-ativo e se antecipa ao futuro: Faz as coisas antes mesmo de ser solicitado ou forçado pelas circunstâncias. Consegue antecipar a necessidade e vai além do pré-estabelecido.
Enfim, o empreendedor têm dons natos, atribuídos ao seu desenvolvimento, encontra-se a verdadeira fórmula do sucesso.
Empresário:
O novo ordenamento jurídico substituiu o sistema previsto pelo Código Comercial de 1850, denominado sistema normativo que objetivava a regulação das atividades privadas organizadas (empresas) de produção e de circulação de bens e serviços destinados ao mercado. Portanto, hoje o Código Civil substitui a noção de “ato de comércio” pela de “empresa” e a de “fundo de comércio” pela de “estabelecimento”. Titulares da empresa podem ser tanto a pessoa física (empresário) como a jurídica (sociedade empresária). Contudo, fica superada a idéia de comerciante e de sociedade civil de fins econômicos.

É todo aquele que faz a abertura de uma empresa e esta possui um CNPJ.

Livro: Madame Bovary(Um Panorama do Papel Feminino na Sociedade)

Madame Bovary conta a história de Emma, uma moça criada no campo mas com sonhos burgueses. Inspirada pelo que lê nos livros, Emma quer uma vida melhor, cheia de mimos e coisas que só os ricos podem comprar. Pensando que poderá alcançar o que tanto quer, Emma casa com Charles Bovary, um médico também do interior. Charles ama Emma apaixonadamente mas por ignorância não dá valor as coisas que a Emma dá, não vê a beleza como Emma vê e é, na visão da própria, extremamente entediante. Tentando suprir essa falta que o sonhode uma vida melhor faz, Emma procura em outros homens o alicerce para os seus desejos. Resumindo: Emma é uma safadénha.

No início do livro, logo depois que Emma casa com Charles, que é quando sabemos da sua urgência pela aventura e pelo que é diferente, requintado e belo, fiquei com pena de Emma. Acho que ela é o reflexo de muitas mulheres, inclusive as modernas, que são presas ou pela família ou pelo marido ou pela sociedade e não podem vivenciar as suas paixões. Acontece que durante a leitura, a medida que Emma se torna mais difícil de ser agradada, apesar das tentativas constantes do marido e dos amantes, Emma se torna chata. Dá vontade de esganar Madame Bovary, aquela safada. E no final do livro, a gente quer é mais que o Senhor Bovary dê uma pé nas nádegas da Madame e mande ela pastar, porque ô criatura difícil de agradar, sô.

Gustave Flaubert escreveu Madame Bovary primorosamente e maravilhosamente bem. Já que o livro tem poucos diálogos, grande parte dos acontecimentos são totalmente narrados mas isso não o torna um livro entediante. Flaubert não abusa das descrições (não é um Eça de Queiroz, thanksgod) e a narrativa flui. Dá para ir imaginando tudinho dentro da cachola. Há livros que tem poucas descrições dos personagens e do cenário, daí fica difícil imaginar como o autor os imaginou quando os escreveu. Com Madame Bovary dá para imaginar cada expressão de Emma,cada atitude de Charles e todo o ambiente onde a história se desenrola. Eu ainda tenho na cabeça como é a casa do casal… :) É muito bom!

Madame Bovary foi escrito em 1857 e foi considerado um escândalo na época. Imaginem! Sem falar no adultério de Emma, um ultraje para a época, o livro critica muito a igreja e a burguesia. Flaubert foi a julgamento diversas vezes pelo romance e em uma de suas defesas, Flaubert declarou “Emma Bovary c’est moi” (eu sou Emma Bovary), falando assim da sua própria indignação com o clero, a sociedade e as coisas mundanas. Apesar das acusações, Flaubert nunca foi preso.
Sinopse - Madame Bovary - Gustave Flaubert
A personalidade literária de Flaubert, dotada de agudo senso crítico que o distanciou do exaltado gosto romântico da época, levou-o a tornar-se um dos maiores prosadores da França no século XIX. O romance "Madame Bovary" é a sua obra-prima. Baseado em fatos da vida real, o livro, que Flaubert levou cinco anos para escrever, causou forte impacto, a ponto de gerar o processo no qual o autor escapou de ser condenado à prisão, graças à habilidade da defesa, que transformou a acusação de imoralidade na proclamação das intenções morais e religiosas do autor. Nem moral, nem imoral, a narrativa é uma devastadora crítica das convenções burguesas do seu tempo.
Personagens do livro Madame Bovary
Emma Bovary - a protagonista. O retrato de uma mulher insatisfeita com a vida provinciana e a falta de paixão, cuja obsessão fantasiosa leva ao absurdo. Incapacidade intelectual e insensibilidade moral caracterizam esta personagem, que tenta escapar à realidade através da leitura de romances de amor.

Charles - O conformismo em forma de gente.

Rodolphe - nobre de caráter.

Leon - A promessa de um futuro de sucesso da pequena burguesia.

Lheureux e Guillaumin - burguesia enriquecida.
Autor  Gustave Flaubert 

Flaubert foi a julgamento diversas vezes pelo romance e em uma de suas defesas, Flaubert declarou “Emma Bovary c’est moi” (eu sou Emma Bovary), falando assim da sua própria indignação com o clero, a sociedade e as coisas mundanas. Apesar das acusações, Flaubert nunca foi preso.

Quem tiver a oportunidade de ter o livro nas mãos, ou quem já tem na estante e nunca leu, eu digo, leiam. Leiam porque vocês vão adorar. Não liguem pra Emma, coitada. Ela é bem doida varrida, louca de pedra mas vale cem por cento da leitura, é claro.
Pretendemos, também, realizar uma análise de obras - com o mesmo tema - contemporâneas à Madame Bovary, juntamente com a opinião de críticos e leitores, tanto da época quanto atuais. Ademais, relacionaremos os posicionamentos das mulheres francesas do século XIX com os das pertencentes à sociedade atual a respeito da obra em questão, o que se daria por meio de um questionário destinado a mulheres de variadas classes sociais sobre o que elas sentem em relação ao papel que elas desempenham atualmente, bem como suas opiniões sobre a vida das mulheres na época.

Fonte:
FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary.

Livro:Orgulho e Preconceito da escritora Jane Austen

Uma obra repleta de ironia e critica a sociedade inglesa do século XVIII. 
Aline Luize Dos Anjos 
O romance Orgulho e Preconceito da escritora Jane Austen retrata alguns aspectos da realidade inglesa no século XVIII, período no qual a autora viveu por esse fato a narrativa é tão completa e intensa.
A obra se desenvolve a partir do romance entre Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy. A jovem Elizabeth Bennet (Lizzy) é uma moça muito ativa e vivaz que tem hábitos e maneiras de pensar diferentes dos das moças de sua época. Ela mora com seus pais e com mais quatro irmãs, sendo a mais velha a linda e delicada Jane Bennet, como de costume em sua época as moças e suas famílias se importavam muito com o casamento e principalmente o casamento por interesse, sendo esse o foco principal de toda a trama, Lizzy diferentemente das outras buscava o casamento por amor. 
Infelizmente tive o prazer de ler esta obra só este ano, e fiquei encantada, com a maneira que a escritora buscou, de uma forma simples e algumas vezes cômica retratar alguns costumes e hábitos da sociedade inglesa, relatando o cotidiano, a forma que a mulher era vista naquela sociedade, os preconceitos sociais relacionados a realidade da área rural da Inglaterra.
Enquanto estive lendo com muita emoção principalmente nos momentos em que Elizabeth estava se pronunciando de uma forma irônica, em diálogos com Mr. Darcy, meu coração vibrava por suas palavras, pois ela não deixou de expressar sua opinião e seus sentimentos simplesmente por ter de casar. Como quando, na primeira vez que Darcy faz o pedido a ela, e Lizzy faz a seguinte recusa “... mas nada disso me é possível; nunca desejei sua boa opinião, que, alias o senhor me confere contra sua vontade. Custa-me decepcionar alguém. Não é propositadamente que o faço e só me resta esperar que a decepção não dure muito ...”( pág. 162) 
Um dos momentos que mais me empolguei foi quando Elizabeth foi pedida em casamento por seu primo Mr. Collins (clérigo e primo de Mr. Bennet, que não tem filhos homens, portanto, tem Collins como seu herdeiro) e mesmo sendo um casamento muito favorável, a mesma recusa, alegando saber que não irá conseguir fazê-lo feliz e ela não será feliz, sua mãe Sra. Bennet recorre imediatamente ao pai Sr. Bennet, solicitando que o mesmo obrigue Lizzy a se casar, mais para minha satisfação e euforia, o pai se coloca da seguinte forma em relação ao casamento,
“Oferece – te uma difícil alternativa, Elizabeth. A partir de hoje não passarás de uma estranha aos olhos de um de nós. Se não casares com Mr. Collins, tua mãe nunca mais te quererá ver; e se te casas com ele serei eu que te repudiarei”. (pág. 102)

Esse foi um dos momentos que eu li muitas vezes, pois tanto Elizabeth quando seu pai tinham muitos motivos para aceitarem o pedido de Mr. Collins e colocaram- se contra, visando unicamente à felicidade e as chances de Lizzy encontrar um verdadeiro amor e não simplesmente se casar por conveniência, como era de costume na sociedade. 
Não me surpreendi após ler que Jane Austen foi considerada a primeira romancista moderna da literatura inglesa, pois realmente sua obra é fascinante, encantadora e me sinto feliz por ter lido esta obra justamente no ano em que a mesma completa 200 anos desde sua primeira publicação.


AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. Editora Martin Claret, São Paulo, 2007.

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